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Esta antena de radar de longo alcance
(aproximadamente 40 metros de diâmetro)
gira de modo a observar actividades no horizonte.
O radar, do inglês Radio Detection And Ranging (Detecção e Telemetria pelo Rádio), é um dispositivo que permite detectar objectos a longas distâncias.
O radar emite ondas electromagnéticas que são reflectidas por objectos distantes. A detecção das ondas reflectidas, permite determinar a localização do objecto.
História do Radar
O primeiro Radar foi construído em 1904, por C. Hülsmeyer na Alemanha. Naquela época não houve utilidade prática para o dispositivo, de baixa precisão, construção difícil, e sistema de detecção de eco ineficiente.
Em 1934, Pierre David, revendo a teoria electromagnética, encontrou o estudo realizado pelo alemão. Iniciou então experiências para o desenvolvimento de um sistema de detecção por ondas de rádio em alta frequência, eficiente para a localização de aviões. Simultaneamente, Henri Gutton e Maurice Ponte, conseguiram criar um dispositivo de detecção que funcionou com grande precisão.
Em 1935, foi instalado o primeiro sistema de Radiotelemetria no navio Normandie com o objectivo de localizar e prevenir a aproximação de obstáculos.
No início da Segunda Guerra Mundial, Watson Watt, melhorou e desenvolveu novas tecnologias, utilizando o sistema de telemetria fixa e rotatória.
Em função da melhoria e da exactidão do processamento de sinal e eco por radiofrequência, foi aprovado um projecto de instalação piloto para detecção de aeronaves inimigas, na costa da Inglaterra. Em função do sucesso alcançado desta estação, foram instaladas muitas outras em todo o País.
Os radares foram muito importantes na previsão de ataques inimigos, pois os ingleses sabiam com precisão a distância, velocidade e direcção do ataque, tendo tempo de dar o alarme para a população se proteger, diminuindo imensamente as baixas civis, apesar do bombardeio constante efectuado pelos alemães.
As Potências do Eixo, também estavam a desenvolver sistema similar, porém o seu uso era diferente, os radares alemães eram para aumentar a precisão de tiro, facilitando o direccionamento dos projécteis ao alvo.
Funcionamento do Radar
O radar é composto por uma antena transmissora-receptora de sinais para Super Alta Frequência (SHF). A transmissão é um pulso electromagnético de alta potência, curto período e feixe muito estreito. Durante a propagação pelo espaço, o feixe alarga-se em forma de cone, até atingir ao alvo que está sendo monitorizado, sendo então reflectido e, retornando para a antena, que neste momento é receptora de sinais.
Como se sabe a velocidade de propagação do pulso electromagnético, e pelo tempo de chegada do eco, pode-se facilmente calcular a distância do objecto. É possível também, saber se o alvo se está afastando, ou se está a aproximar da estação. Isto deve-se ao Efeito Doppler, isto é, pela desfasagem de frequência entre o sinal emitido e recebido.
Construção física do Radar
O Equipamento de radar é composto de uma antena trans-receptora, da linha de transmissão, de um transmissor de alta potência e alta frequência, do sistema de recepção, descodificação, processamento e visualização das informações obtidas, além da mesa de interface entre equipamento e operador.
→ Utilização dos Radares
Marinha
Na marinha, os radares são utilizados para a navegação, detectando e monitorizando obstáculos que podem oferecer riscos até a distância de duzentos quilómetros aproximadamente.
No caso de naves bélicas de guerra, existem radares para a detecção de alvos e direccionamento de tiro passivo para facilitar o acerto de mira de projécteis disparados por canhões, metralhadoras, e para direccionamento de tiro activo de foguetes, mísseis e torpedos.
Existem os radares de defesa anti-aérea com alcance de até duzentos quilómetros para captar aeronaves inimigas orientando as defesas na sua direcção.
Nos Porta-aviões, existem radares semelhantes aos de aeroportos para orientar o tráfego aéreo, desembarque e embarque de aeronaves com segurança e em movimento.
Aeronáutica
O uso de radares na aeronáutica dá-se a nível de aeroportos, bases aéreas, aeronaves civis e militares, para monitorização e orientação de tráfego aéreo.
Os aeroportos mais modernos possuem radares para "voo cego", isto é, para condições de visibilidade muito baixa, assistindo à aterragem e descolagem com pouco tecto sob neblina leve e baixo horizonte.
A defesa aérea e vigilância utiliza radares mais específicos com detecção de alvos até trezentos quilómetros para aviões em grande altitude, e alcance até trinta quilómetros para aeronaves voando em baixa altitude.
Os radares de direccionamento bélico são utilizados para orientar os mísseis balísticos no momento inicial de arremesso, para depois da descolagem. Internamente estes artefactos possuem equipamentos de orientação autónomos para dirigi-los até ao seu alvo.
Existem também radares de controle de tráfego e vigilância aérea de maior alcance. O sistema não se dá por uma única estação de vigilância e rastreamento, mas sim por muitas interligadas e com os sinais processados de forma redundante pela somatória e processamento de todos os dados numa central. No Brasil, o SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) possui um sistema que funciona desta forma, onde existem radares com alcance de até 4.000 quilómetros, que interligados cobrem os 8,5 milhões de km² do território nacional.
As aeronaves de combate possuem radares de interceptação, radares de ataque com pulsos electromagnéticos de alta definição que permitem o voo em baixa altitude sem visão directa do solo, além de radares nos mísseis ar-ar e ar-terra, para busca de alvos por sistemas de detecção electromagnética, pois os sensores de calor são obsoletos e fáceis de ser despistados.
Exército
Na força terrestre, o exército, temos os radares de patrulha aérea, com alcance de até trezentos quilómetros, radares de aquisição de alcance até cem quilómetros, de tiro e perseguição de mísseis terra-ar, anti-artilharia, para reconstituição das trajectórias dos projécteis, para localização das peças de artilharia com alcance de até dez quilómetros, e radares de vigilância terrestre para detectar alvos móveis e regulação de tiro de alta precisão.
Os radares de pequeno alcance estão sendo desenvolvidos para a guerra moderna, entre eles se destacam os Rasura com alcance de 5 quilómetros usados pela infantaria, o Rapace utilizado nos carros de combate blindados com alcance de até cinco quilómetros, além do Ratac utilizado pelas peças de artilharia para detectar alvos à trinta quilómetros.
Meteorologia
Os radares meteorológicos hoje são de suma importância para a monitorização da atmosfera, facilitando assim actividades como a agricultura, aeronáutica, entre outras, pois detecta com precisão os movimentos das massas de ar, dando indicações úteis aos meteorologistas para a prevenção, desde geadas, vendavais e chuvas de granizo, entre outros fenómenos que podem ser rastreados.
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