A Medula Óssea
A medula óssea é, pois, um órgão hematopoiético. Ela é constituída pelas linhagens que originam os três elementos citados acima, de células que tomam parte na fabricação do osso (osteoblastos e osteoclastos), de células e fibras que compõem uma malha para sustentar todas as células referidas (fibras e células reticulares). É no interior dos ossos, na medula óssea, onde estão as células progenitoras das células sanguíneas. Ali também têm origem as alterações que vão ser responsáveis por inúmeras doenças.
A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do sangue: glóbulos vermelhos (Eritrócitos), glóbulos brancos (Leucócitos) e plaquetas (Trombócitos). Estes componentes do sangue são renovados continuamente e a medula óssea é quem se encarrega desta renovação. Trata-se portanto de um tecido de grande actividade evidenciada pelo grande número de multiplicações celulares.
Estima-se que num adulto médio, com aproximadamente 5 litros de sangue, existam em cada centímetro cúbico de sangue cerca de 4,5 milhões de glóbulos vermelhos, 6 mil glóbulos brancos e 300 mil plaquetas. Isso significa um total aproximado de 22,5 biliões de glóbulos vermelhos, 30 milhões de glóbulos brancos e 1,5 bilião de plaquetas.
As células sanguíneas têm vida curta: os glóbulos vermelhos têm uma vida média de 120 dias, os glóbulos brancos vivem em média 1 semana, as plaquetas 9 dias. Há, portanto, células permanentemente morrendo, sendo destruídas ou eliminadas e substituídas por novas células normais.
Ao nascermos todos os nossos ossos contém medula capaz de produzir sangue: a medula vermelha. Com a passagem dos anos, a maior parte da medula vai perdendo a sua função, sendo substituída por tecido gorduroso que passa a ser chamada de medula amarela.
No adulto apenas alguns ossos continuam a exercer essa função: as costelas, o corpo das vértebras, as partes esponjosas de alguns ossos curtos e das extremidades dos ossos longos dos membros superiores e inferiores, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno.
Os outros ossos do esqueleto do adulto possuem medula amarela e portanto, em condições normais, são incapazes de produzir sangue. Quando há uma necessidade maior, como no caso de uma anemia, parte desta medula óssea amarela pode voltar a produzir células sanguíneas.
A medula óssea mantém-se em actividade intensa e ininterrupta para produzir células sanguíneas e para isso depende de abundante e contínuo suprimento de substâncias.
Para elaborar novos glóbulos vermelhos ela aproveita restos de glóbulos vermelhos envelhecidos e destruídos. O ferro contido na hemoglobina é deixado na medula pelos Eritrócitos que chegam ao fim da vida e novamente utilizado pela medula para formar novas moléculas de hemoglobina.
Células fagocitárias do baço, fígado, gânglios linfáticos e da própria medula encarregadas de englobar os glóbulos envelhecidos e destruí-los no interior do seu citoplasma, lançam o ferro na circulação para aproveitamento futuro. Grande parte deste ferro fica armazenado no fígado e na medula. O ferro da dieta, absorvido pela mucosa do intestino delgado, complementa as necessidades diárias deste elemento.
Outra substância indispensável ao funcionamento do tecido hematopoético é a vitamina B12. Quantidades muito pequenas desta vitamina são necessárias diariamente, mas para que ela seja absorvida e aproveitada pelo organismo, exige a presença do factor intrínseco da vitamina B12, açúcar de natureza complexa, sintetizado pelas células da mucosa do estômago.
A falta desta substância leva a uma diminuição da produção de células sanguíneas pela medula e o aparecimento de precursores de tamanho aumentado, os megaloblastos. A este tipo de anemia denomina-se anemia megaloblástica.
O ácido fólico, uma das vitaminas do complexo B, também está relacionado com a produção dos glóbulos vermelhos pela medula óssea. As duas substâncias desempenham importantes papéis em numerosas reacções bioquímicas que envolvem os ácidos nucleicos.
Anemia megaloblástica
É uma doença na qual a medula óssea produz glóbulos vermelhos gigantes e imaturos. Esse distúrbio é provocado pela carência de vitamina B12 ou de ácido fólico. Uma vez que esses dois factores são importantes para a síntese de DNA e responsáveis pela eritropoiese, a sua falta causa um defeito na síntese de DNA, levando ao desequilíbrio no crescimento e divisão celular.
Sintomas Comuns
- Pode haver perda de apetite
- Dores abdominais, enjoos e diarreia
- Podem também desenvolver-se úlceras dolorosas na boca e na faringe
- Podem ocorrer alterações de pele e perda de cabelo
- Cansaço e a perda de energia e de vontade
- Pode ocorrer uma sensação de boca e língua doridas
- A deficiência durante a gravidez pode resultar em parto prematuro e/ou malformação do feto
- Nas crianças, o crescimento pode ser retardado e a puberdade atrasada
Ácido fólico
É uma vitamina hidrossolúvel do complexo B (antigamente chamada Vitamina M) encontrada em alimentos como brócolos, espinafre, gema de ovo, fígado, feijão, vagens, tâmaras secas, peixes (principalmente atum e salmão), ostras e frutas cítricas. Em cozimento excessivo os alimentos perdem o acido fólico ali presente.
Funções
- É necessário para o bom funcionamento do cérebro
- Melhora o volume de leite para a mulher lactante
- Ajuda a prevenir a anemia
- Ajuda o corpo a desenvolver células saudáveis
- Essencial para a formação de hemácias
- Necessário para a clivagem celular
- Ajuda o metabolismo das proteínas
- É responsável pela síntese dos ácidos nucleicos (substâncias que produzem proteínas, tecidos, e também o código genético, como o DNA, por exemplo)
- Ajuda o funcionamento dos intestinos
- Reduz os riscos de doenças cardíacas
A sua deficiência gera anemia megaloblástica e inflamações gastrointestinais em geral deve-se a dieta inadequada, com utilização de poucos alimentos frescos e ao alcoolismo. E na gravidez, a sua deficiência pode causar má formação no sistema nervoso do bebé.
Ácido fólico e a gravidez
Na gravidez, é muito importante que a mãe consuma esse tipo de vitamina B, pois ajuda a prevenir os defeitos do tubo neural. O tubo neural é a estrutura embrionária que dará origem ao cérebro e à medula espinal. Os defeitos de tubo neural são defeitos que ocorrem quando o tubo neural do embrião não se fecha adequadamente nos seus dois extremos para formar a espinal medula e o cérebro podendo causar a anencefalia (má formação congénita devido a um defeito e não fechar correctamente no extremo superior do tubo neural) e a paralisia da parte inferior do corpo e perda das funções intestinais e da bexiga (se não fechar no extremo inferior).
Fonte: Wikipédia.
Complemento a este assunto no artigo de 26 de Outubro (ver aqui)