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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

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21
Out06

A Batalha de Trafalgar

Praia da Claridade

 
A Batalha de Trafalgar
 
 
 

A Batalha de Trafalgar foi uma batalha naval que ocorreu entre a França e Espanha contra a Inglaterra, em 21 de Outubro de 1805, faz hoje 201 anos, na era napoleónica. A esquadra franco-espanhola era comandada pelo almirante Villeneuve, enquanto que a inglesa era comandada pelo almirante Nelson, para muitos o maior génio em estratégia naval que já existiu. A França queria invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha, mas antes tinha que se livrar do empecilho que era a marinha inglesa. Nelson tinha que evitar isso.

Local
 
O Cabo de Trafalgar fica ao sul de Cádis, na costa atlântica espanhola.
 

Localização de CÁDIS 

 
Contexto histórico
 
A paz assinada em Amiens em Março de 1802 não passou de uma pequena trégua de um ano, que permitiu ao Almirante Nelson retirar-se para uma quinta que tinha adquirido em Merton, descansando um pouco da intensa vida que levava há mais de uma década. As hostilidades retomaram em 1803 e, pouco tempo depois, Nelson seria nomeado comandante da esquadra do Mediterrâneo. O momento continuava a ser delicado para os ingleses, na medida em que Bonaparte continuava a pensar na invasão da Grã-Bretanha e no ataque a Londres, que poria fim ao que tinha sido a maior resistência aos seus planos imperiais. E é interessante observar aqui uma questão que se prende com a já referida diferença da maneira de pensar a guerra em França e em Inglaterra: vimos como os ingleses se empenharam persistentemente no ataque às esquadras francesas, procurando-as à saída dos próprios portos; as derrotas que infringiram tiveram uma importância fulcral para a sua independência, mas Napoleão nunca as valorizou na sua verdadeira dimensão, porque entendia que tudo isso poderia ter fim nesse assalto e ocupação da velha Albion. Na verdade, para conseguir a almejada invasão, precisava de dominar o espaço marítimo do Canal da Mancha durante o espaço necessário ao movimento das tropas, e isso apresentava-se como impossível face ao Poder Naval britânico. Tentou, contudo, um plano: concentrar momentaneamente o maior número de navios possível no Canal, evitando simultaneamente que os ingleses fizessem o mesmo. Não era fácil, porque a presença dos navios de reconhecimento era constante à frente dos portos, e todos os movimentos seriam detectados. Sobretudo, era muito difícil levar navios do Mediterrâneo para o norte, porque a passagem em Gibraltar 
era visível e levantaria suspeitas. Concebeu, no entanto, uma manobra que poderia ter tido algum êxito: uma imensa esquadra combinada, de navios franceses e espanhóis, sairia do Mediterrâneo, atraindo os ingleses até às Antilhas; daí regressaria rapidamente com os ventos gerais do oeste, unindo-se às esquadras de Brest e Rocheford que avançariam para a Mancha. Nessa altura concretizar-se-ia a invasão. Franceses e espanhóis, constituindo uma imensa armada de cerca de trinta navios (juntava-se a esquadra de Toulon e Cádis), comandada pelo Almirante Villeneuve, saia em direcção a oeste iludindo completamente a vigilância de Nelson que os buscava desesperadamente. Tanto quanto se pode saber, terá sido um oficial da marinha portuguesa a sugerir-lhe que o destino eram as Índias Ocidentais, e os ingleses correram até às Antilhas, mas não encontraram nada e regressaram até à zona de Cádis, onde o comando dos navios foi entregue a Collingwood, enquanto Nelson se deslocava a Portsmouth a bordo da “Victory”. Villeneuve regressou como estava previsto, mas perto de Finisterra defrontou-se com uma armada inglesa comandada pelo Almirante Calder. Na verdade a refrega não tinha tido grande importância, mas estava previsto que a esquadra de Brest viesse ao seu encontro e tal não tinha acontecido, de forma que decidiu regressar a Cádis na convicção de que a invasão tinha sido adiada. Na verdade sabemos hoje que Napoleão tinha abandonado a ideia, resolvendo concentrar esforços para atacar a Áustria, mas não temos referência nenhuma a que essa informação alguma vez tenha chegado a Villeneuve. Entrou em Cádis no final de Agosto de 1805 e, dessa vez, Nelson tinha controlado bem o seu movimento, movendo-lhe um bloqueio largo que não impedia a sua saída, mas que lhe permitiria tomar rapidamente uma formação de batalha e dar-lhe combate, caso isso sucedesse. Os espanhóis aconselharam a que se ficasse no porto e aí se invernasse até à próxima estação: o esforço de bloqueio era dos ingleses que tinham de ficar no mar e suportar todos os incómodos dessa situação, enquanto eles recuperavam forças em terra. No entanto, as pressões sobre Villeneuve para que saísse eram muito grandes, e é provável que a mais forte de todas fosse a ameaça do próprio Imperador. Há mesmo uma altura em que o Almirante francês decide aceitar o conselho dos espanhóis, mas muda de opinião, dois dias depois. Nelson previra o que iria acontecer e preparou o seu plano de batalha com todo o cuidado, dentro das regras que ele próprio considerava adequadas: atacaria os espanhóis a partir de uma posição a barlavento, dividindo a sua força em duas colunas que abordariam o inimigo a meio da sua formação, procurando desfazê-la e parti-la, para que tivesse de se empenhar em combates singulares onde os seus navios da retaguarda já não podiam ser socorridos pelos mais avançados.
 
No dia 9 de Outubro – e como já acontecera antes – escreveu todas as instruções num memorando que divulgou a todos os capitães. A manobra era perigosa porque a aproximação ao inimigo seria feita sem possibilidades de fazer fogo sobre ele (os navios não tinham capacidade de fogo para vante), e expondo-se a toda a extensão das suas baterias, mas era a única forma de os obrigar verdadeiramente a combater. Confiava que a sua exposição não seria muito demorada e, sobretudo, acreditava na resistência dos seus navios e na perícia dos seus homens. Os espanhóis saíram a 19 de Outubro navegando em direcção ao sul (ao estreito) com vento oeste, e de imediato foram avistados pelas fragatas inglesas que deram o alarme. A esquadra inglesa manobrou tal como previra o seu experiente comandante, perseguindo o inimigo até à madrugada do dia 21, quando Villeneuve deu ordem para virar em roda e regressar a norte. Esta manobra tem sido alvo de grandes controvérsias a que a historiografia inglesa responde com uma única justificação: o Almirante inimigo não sabia o seu ofício. Com vento oeste, se a esquadra virou em roda a sul do Cabo Trafalgar e à distância que se supõe do mesmo, ficaria numa situação de vento muito escasso para demandar Cádis. Seria um erro demasiado grosseiro, para quem, apesar de tudo tinha uma grande experiência de mar. A verdade é que com esta manobra a formação aliada desfez-se um pouco e favoreceu o ataque inglês nos moldes em que o determinara Nelson.
 
Estratégia inglesa
 
Como a armada francesa era bem maior que a inglesa (33x27), Nelson tinha que preparar uma excelente estratégia. A ideia foi a de atacar a esquadra inimiga que navegava pela costa surpreendendo-a pelo oceano, atacando em duas colunas em fila indiana. Essa estratégia tinha um ponto fraco que era a exposição por aproximadamente 20 minutos dos navios ingleses aos canhões franco-espanhóis. Nelson tinha confiança que sua esquadra aguentaria o fogo em direcção às proas inglesas e, em seguida, poderia apontar os seus canhões nas popas e proas inimigas. Logo após isso, eles virariam os navios de modo a emparelhá-los com os inimigos. O plano original incluía também uma contenção pelo norte, impedindo a marinha inimiga de fugir e iniciarem uma luta espaçada em alto mar. Mas Nelson não tinha barcos suficientes para essa terceira coluna. O plano pretendia gerar confusão na compacta frota franco-espanhola e permitir um combate navio contra navio, o que favorecia os britânicos.
 
Execução
 
Tudo ocorreu perfeitamente para os ingleses, com vários barcos inimigos afundados ou capturados, graças à perícia dos marujos ingleses no manejo dos canhões. No entanto, Nelson morreu na batalha, atingido por uma bala de mosquete das velas de gávea do francês Redoutable que no momento varria o Victory  de popa à proa. Quem assumiu o comando da frota inglesa foi o vice-almirante Cuthbert Collingwood, da nau capitânia Royal Sovereign. Após a batalha, uma tempestade alcançou a frota inglesa, que acabou perdendo grande parte dos navios recém conquistados, já muito destroçados.
 
Consequências
 
Napoleão perdeu o controle do Atlântico, e não pôde atacar a Inglaterra, na sua tão desejada Campanha da Bolonha. Nelson, por outro lado, tornou-se um dos maiores heróis ingleses de todos os tempos. Villeneuve suicidou-se pela derrota. E foi essa vitória que talvez tenha possibilitado o contra ataque inglês na Península Ibérica. E também a fuga da família real portuguesa dos Braganças para o Brasil.
Fonte: Wikipédia.  
 
 

Interactividade
 
Por achar relevante, em termos de complemento a este artigo, transcrevo o comentário deixado por  marius70, ao qual agradeço. 
    
De marius70  a 21 de Outubro de 2006 às 06:29
 
[ Duzentos anos após a famosa batalha naval de Trafalgar, britânicos, franceses e espanhóis prestaram homenagem aos milhares de marinheiros mortos no confronto ao largo de Cádis - em especial ao herói da batalha, o almirante Horatio Nelson. "21 de Outubro de 1805, sete mil mortos com valor, heroísmo, coragem e compromisso. 21 de Outubro de 2005, três nações e um projecto comum, memória conjunta com que prestamos tributo à História, não à guerra, mas aos que morreram na batalha", disse em Cádis o chefe do estado-maior da marinha espanhola, almirante Sebastián Soto.
 
No Reino Unido, as comemorações começaram com o içar das 31 bandeiras no mastro principal do HMS Victory que formaram a frase "Inglaterra espera que cada um cumpra o seu dever" que deu início à batalha de cinco horas.
 
Em Espanha, o neto de Villeneuve - o almirante considerado o responsável pela derrota franco-espanhola que se suicidou seis meses depois da batalha - referiu que "ele sabia que seria uma catástrofe, mas decidiu mesmo assim confrontar Nelson". André de Villeneuve disse ainda que em França simplesmente "não se fala" de Trafalgar.
 
Ao largo de Trafalgar, cada um dos quatro navios que participaram na homenagem lançou uma coroa de flores para homenagear os marinheiros mortos em 1805.
 
«Fonte: DN OnLine»
 
Curioso é que o facto de todas as potências envolvidas homenagearem a Batalha e como bem disse José Bono Ministro da Defesa espanhol:
 
"As guerras são sempre perdidas e todos os países as perdem. É bom lembrar o que aconteceu, para afastar o que poderia acontecer de novo" ].
 

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