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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

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16
Out06

Papa João Paulo II

Praia da Claridade

 
Papa João Paulo II
 
 

Papa João Paulo II, nascido Karol Józef Wojtyła, (Wadowice, Polónia, 18 de Maio de 1920 - Vaticano, 2 de Abril de 2005) foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana de 16 de Outubro de 1978, faz hoje 28 anos,  até à data da sua morte. Sucedeu ao Papa João Paulo I, tornando-se o primeiro Papa não italiano em 450 anos (desde o holandês Adriano VI, no século XVI). Teve o 3.º papado mais longo da história do catolicismo. O seu funeral foi o maior de um Chefe de Estado em toda a história.
 
História pessoal
 
Karol Wojtyła nasceu em 18 de Maio de 1920 em Wadowice, Sul da Polónia; filho de um tenente do exército dos Habsburgos, de quem herdou o nome, também chamado Karol Wojtyla. O seu irmão Edmund, ao formar-se em medicina, transformou-se na esperança de sustento da família, uma vez que o soldo do tenente Wojtyła era insuficiente para tal.
 
Em 1929, perderia a mãe Emília, vitimada por uma doença nos rins. Em 1931, morreria o irmão, de escarlatina. Karol perderia o pai poucos dias antes de completar 22 anos. Nesta altura a Polónia enfrentava, juntamente com grande parte da Europa, as consequências da invasão alemã da Segunda Guerra Mundial. Assistiu, portanto, ao assassinato de vários dos seus amigos e colegas.
 
Manifestando interesse pelo teatro — cuja participação potenciava apoios à Resistência Polaca contra o nazismo —, pela música popular e pela literatura, a sua juventude foi marcada por intensos contactos com a então ameaçada comunidade judaica de Cracóvia, e pela experiência da ocupação nazi, durante a qual trabalhou numa fábrica de produtos químicos para evitar a sua deportação à Alemanha nazista. Atleta (chegou a actuar como guarda-redes de futebol numa equipe amadora de Wadowice), Karol Wojtyła foi ordenado sacerdote católico em 1 de Novembro de 1946 pelo então Cardeal Arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.
 
Foi docente de Ética na Universidade Jagieloniana de Cracóvia e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. Em 1958 foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e quatro anos depois chega ao cargo máximo na sua diocese. Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia. Na qualidade de bispo e arcebispo, Wojtyła participa no Concílio Vaticano II, contribuindo para a redacção de documentos que se tornariam na Declaração sobre a Liberdade Religiosa (Dignitatis Humanae) e a Constituição Pastoral da Igreja no Mundo Moderno (Gaudium et Spes), dois dos mais historicamente importantes e influentes resultados do concílio. Foi elevado a Cardeal pelo Papa Paulo VI em 1967.
 
Eleição
 
Quando da morte de Paulo VI, que aconteceu no dia 6 de Agosto de 1978, esteve presente no conclave de 26 de Agosto de 1978, que escolheria Albino Luciani para um dos pontificados mais curtos da história. Trinta e três dias depois de votar no conclave, no dia 28 de Setembro de 1978, o então cardeal de Cracóvia Karol Wojtyła ficou sabendo da triste – e até hoje suspeita – morte de João Paulo I pelo aviso do seu motorista particular. De volta a Roma, ele foi escolhido Papa em 16 de Outubro de 1978.
 
O conclave que se sucedeu ao inesperado falecimento do Papa João Paulo I foi dominado por duas correntes que tiveram como candidatos o conservador Arcebispo de Génova Giuseppe Siri e o mais liberal Arcebispo de Florença Giovanni Benelli. Crê-se que a eleição de Karol Wojtiła tenha sido uma solução de compromisso e constituiu uma surpresa. Adoptou o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor e rapidamente se colocou do lado da paz e da concórdia internacionais, com intervenções frequentes em defesa dos direitos humanos e das Nações.
 
No fundo, foi o Papa mais novo desde Pio IX, porque ele foi eleito na época com 58 anos. No entanto, tornou-se o Papa cuja acção foi mais decisiva no século XX: as suas viagens ultrapassaram em número e extensão as de todos os antecessores juntos, reunindo sempre multidões; para muitos tem o carisma do Papa João XXIII; participou em eventos ecuménicos (foi o primeiro a pregar numa igreja luterana e numa mesquita, o primeiro a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém); procedeu a numerosas beatificações e canonizações; escreveu 14 encíclicas.
 
 
Brasão e Lema
  • Descrição: Escudo eclesiástico. Campo de blau, com uma cruz latina de jalde adestrada acompanhada de uma letra M de mesmo, no cantão senestro da ponta. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes. Timbre: a tiara papal de argente com três coroas de jalde. Sob o escudo, um listel de blau com o mote: TOTVS TVVS, em letras de jalde. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.
  • Interpretação: O escudo obedece ás regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de blau representa o firmamento celeste e ainda o manto de Nossa Senhora, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A cruz é o instrumento da salvação de todos os homens e representa o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo e, sendo de jalde (ouro), simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. A letra M representa a Virgem Maria, co-redentora do género humano, que esteve todo o tempo junto à cruz de seu Filho (“Iuxta crucem lacrimosa” Cf. Jo 19,25), sendo de jalde (ouro), tem o significado já descrito deste metal. Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do Papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro , relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-hei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19). Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara papal usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa. No listel o lema TOTVS TVVS, é uma expressão da imensa confiança do Papa na Mãe de Deus : “Sou todo teu, Maria”, sendo que ele colocou toda a sua vida sacerdotal sob a protecção da Virgem.
 
Pontificado
 
Com mais de 26 anos, é o terceiro mais longo da história da Igreja Católica. Alguns números que se destacam são o de viagens pastorais fora da Itália (mais de 100, visitando 129 países e mais de 1000 localidades), cerimónias de beatificação (147) e canonizações (51), nas quais foram proclamados 1338 beatos e 482 santos. Tornando-se, com o seu carisma e habilidade para lidar com os meios de comunicação, o Papa mais popular da história.
 
A primeira metade do pontificado fica marcada pela luta contra o comunismo na Polónia e restantes países da Europa de Leste e do mundo. Na segunda metade é de notar a crítica ao mundo ocidental capitalista, opulento e egoísta, dando voz ao Terceiro Mundo e aos pobres.
 
Criticou a aproximação da Igreja com o marxismo nos países em desenvolvimento, e em especial a Teologia da Libertação. Em visita à Nicarágua, João Paulo II chegou a discutir com fiéis, e depois de condenar a participação de padres católicos no governo sandinista foi vaiado.
 
"Não é possível compreender o homem a partir de uma visão económica unilateral, e nem mesmo poderá ser definido de acordo com a divisão de classes.", disse aos bispos brasileiros em 26 de Novembro de 2002.
 
Durante a sua visita a Cuba, em Janeiro de 1998, que marcou o fim de 39 anos de relações tensas entre a Igreja Católica e o regime de Fidel Castro, condenou o embargo económico dos E.U.A. ao país. Em 2003, por intermédio do cardeal Angelo Sodano, enviou uma carta ao presidente Fidel Castro criticando "as duras penas impostas a numerosos cidadãos cubanos e também as condenações à pena capital".
 
Condenou também o terrorismo e o ataque ao World Trade Center ocorrido em 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos da América.
 
Promotor de uma aproximação às outras grandes religiões monoteístas do mundo, João Paulo II enfrentou no entanto acusações de «proselitismo agressivo» feitas pelo mundo Ortodoxo. A reconciliação com os judeus marcou a sua viagem à Terra Santa em Março de 2000 e uma «viragem» nas relações entre as duas religiões. Motivou o diálogo interreligioso, o ecumenismo e a cultura da paz, sendo o primeiro Sumo Pontífice a visitar ao Muro das Lamentações em 26 de Março de 2000, em Jerusalém e onde pediu perdão pelos erros e crimes cometidos pelos filhos da Igreja no passado. Foi o primeiro a pregar numa sinagoga, a entrar numa mesquita (em Damasco, Síria), e a promover jornadas ecuménicas de reflexão pela paz em Assis (Oração Mundial pela Paz). Fez a primeira visita de um Sumo Pontífice católico à Grécia desde a separação das Igrejas Católica e Ortodoxa no cisma de 1054.
 
Na década de 1980, os líderes da União Soviética estavam a fazer planos para matar o pontificado. Como estratégia, o serviço secreto russo negou as acusações feitas pelo Parlamento da Itália. As acusações foram negadas pelo ultimo chefe da KGB da União Soviética.
 
Visitas ao Brasil
 
O Papa João Paulo II visitou o Brasil três vezes. Na primeira vez chegou ao meio-dia do dia 30 de Junho de 1980 e percorreu treze cidades em apenas doze dias. A maratona teve um total de 30.000 km. Entrou por Brasília e partiu por Manaus. A segunda foi entre 12 e 21 de Outubro de 1991. O Papa não costumava beijar o solo de um país que ele já tinha visitado, mas no Brasil ele quebrou a tradição. Visitou sete cidades e fez 31 discursos e homilias. Esteve também no Brasil entre 2 e 6 de Outubro de 1997. O Papa sempre demonstrou grande amor pelo Brasil, o país com mais católicos no mundo. Inclusive, na sua primeira visita, chegou a demonstrar o seu apoio ao movimento sindical então liderado por Lula, em aberto desafio ao governo militar brasileiro – uma situação parecida com a da sua Polónia natal. O marco dessas visitas ao país foi a música entoada por todo o povo brasileiro: "A bênção, João de Deus", composta por M. Marciel. A música retrata o carinho de uma nação pelo Papa. A música ganhou tanta notoriedade que até hoje é entoada pela torcida do Fluminense, que clama pelo apoio do Papa João Paulo II não só nos momentos de maior dificuldade, mas também nos momentos de maior alegria.
 
Visitas a Portugal
 
A primeira visita de João Paulo II a Portugal (12 a 15 de Maio de 1982) ocorreu um ano após o atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981. Nesta visita o Papa João Paulo II depositou a bala do atentado sofrido no ano anterior, em plena Praça de São Pedro, no altar da Nossa Senhora de Fátima
. Ainda hoje a mesma bala se encontra na coroa de Nossa Senhora de Fátima no Santuário de Fátima.
 
Em 14 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa. Em 15 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro em Braga.
 
Em 2 de Março de 1983 fez escala em Lisboa na viagem à América Central. De 5 a 13 de Maio de 1991 esteve nos Açores, na Madeira, Lisboa, e novamente em Fátima. Uma outra visita, em que beatificou os videntes de Fátima, teve lugar em 12 e 13 de Maio de 2000.
 
Beatificação
 
No dia 13 de Maio de 2005, o seu sucessor Bento XVI fez uma excepção ao caso da beatificação de João Paulo II (tal como este havia feito em relação à Madre Teresa de Calcutá) e abriu mão do que diz o código de direito Canónico, abrindo, assim, o seu processo de beatificação em 28 de Junho do mesmo ano.
Fonte: Wikipédia.  
 
 
Nota:
  
Porque foi um pormenor que muitos viram, como eu, numa reportagem na TV, e que certamente recordarão, transcrevo, por achar útil, como complemento ao presente post, este comentário inserido no mesmo, embora de autor anónimo:
 
[ De eu_mesmo a 16 de Outubro de 2006 às 15:26
Caríssimo,
Deixo este comentário sem mais comentários.
 
Deus dos nossos pais, que escolheste Abraão e os seus descendentes para trazer o Teu nome às nações: estamos profundamente tristes com o comportamento daqueles que, ao longo do curso da história, causaram sofrimento a estes teus filhos e, pedindo o teu perdão, manifestamos o desejo de nos comprometermos a uma irmandade genuína com o povo do convénio.

(João Paulo II, mensagem deixada entre as pedras do Muro das Lamentações (Kotel), em Jerusalém, a 26 de Março de 2000).]
 

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