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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

21
Jan07

História da Antártica

Praia da Claridade

 
Pólo Sul e o Oceano Antárctico

Pólo Sul e o Oceano Antárctico


 
'Fazendo observações no Pólo', Roald Amundsen no Pólo Sul

'Fazendo observações no Pólo', Roald Amundsen no Pólo Sul

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O 'Bélgica', navio de Adrien de Gerlache

O 'Bélgica', navio de Adrien de Gerlache

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Como não há povos nativos da Antárctica, a história da Antárctica é a história de sua exploração. É muito provável que os primeiros a visitá-la tenham sido os povos vizinhos ao continente: os povos Aush da Terra do Fogo, por exemplo, falam sobre o "país do gelo" e um chefe maori de nome Ui-Te-Rangiora teria atingido a região em 650 d.C. No entanto, esses povos não deixaram vestígios da sua presença.
 
A crença na existência da Terra Australis — um vasto continente localizado ao sul com a finalidade de balancear o peso da Europa, Ásia e África — foi proposta por Ptolemeu e Aristóteles na Grécia Antiga. Por isso, a inclusão nos mapas de uma grande massa de terra ao sul era comum em mapas do século XVI. Mesmo no final do século XVII, com o conhecimento de que a América do Sul e a Austrália não faziam parte da Antárctica, os geógrafos acreditavam que o continente fosse muito maior do que é na verdade. A situação permaneceu assim até a expedição de James Cook.
 
Até o final do século XIX, no entanto, a Antárctica não havia sido estudada de forma exaustiva e a ocupação humana limitava-se às ilhas sub-antárcticas. Com os dois Congressos Internacionais de Geografia, realizados no final do século, a situação começou a mudar e diversos governos europeus, além dos Estados Unidos, patrocinaram exploradores. Sobressaem-se a disputa entre Roald Amundsen e Robert Falcon Scott pela conquista do Pólo Sul e a posterior tentativa de Ernest Henry Shackleton de atravessar o continente. Recentemente, após o Tratado da Antárctica, 27 países mantêm bases científicas e mais cientistas realizaram expedições.
 
Primeiras expedições
 
As primeiras viagens documentadas às águas antárcticas aconteceram no século XVI. Américo Vespúcio relatou o avistamento de terras na altura dos 52ºS. Expedições sucessivas aproximaram-se da região até o Capitão James Cook, que se dirigiu para a Polinésia por ocasião de um eclipse, e as tripulações do Resolution e do Adventure cruzarem o Círculo Polar Antárctico três vezes entre 1772 e 1775 desfazendo o mito da Terra Australis sem, no entanto, avistá-la devido ao gelo e névoa.
 
A ocupação humana propriamente dita começa na primeira metade do século XIX, quando navios baleeiros chegavam à região das Ilhas Sanduíche do Sul e acontecem algumas explorações esporádicas por parte de navegadores europeus e dos Estados Unidos. Em 1819 um navio inglês, o Williams, desviou-se da sua rota e foi levado às Ilhas Shetland do Sul e de lá, fretado numa viagem mais para o sul sob o comando de Edward Bransfield que acabou por aportar em 30 de Janeiro de 1820 na Terra de Graham. Três anos antes, o capitão russo Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen havia descoberto a costa e nomeou-lhe Terra de Alexandre I e Nathaniel Palmer, um caçador de focas de Stonington, Connecticut, teria explorado a região.
 
Em 1822, o inglês James Weddell descobriria o mar que leva seu nome. Entre o fim da década de 1830 e a de 1840 três expedições - a francesa de Jules Dumont d'Urville, a dos Estados Unidos de Charles Wilkes e a inglesa de James Clark Ross - percorreram a costa a fim de determinar se a Antárctica era realmente um continente ou um conjunto de ilhas unidas pelo gelo. O francês Dumont D'Urville descobriu entre outros lugares, a Terra de Adélia e a Ilha Joinville. Depois do Pólo Norte Magnético ser localizado em 1831, exploradores e cientistas começaram a busca pelo Pólo Sul Magnético. Partindo da Tasmânia, James Clark Ross, seguiu uma rota inédita até então e descobriu o mar que leva seu nome retornando em 1843. Nessa mesma expedição descobriu e baptizou também a Terra Victoria do Sul e os montes Erebus e Terror, nomeados em homenagem aos seus dois navios.
 
Passaram-se vários anos até que o VI Congresso Internacional de Geografia realizado em 1895 lançasse um apelo pela exploração do antárctico devido aos benefícios científicos que poderiam advir daí. A esta chamada, em 1897, respondeu o Barão Adrien de Gerlache que no comando do Bélgica deixou a Antuérpia com destino a Antárctica. A tripulação multinacional incluía um zoólogo romeno (Emile Racovitza), um geólogo polaco (Henryk Arctowski), um navegador e astrónomo belga (George Lecointe), vários noruegueses, incluindo Roald Amundsen e um médico americano, Dr. Frederick Cook. Em 1898, eles tornaram-se os primeiros homens a passar o Inverno na Antárctica, quando o seu navio ficou preso pelo gelo. Ficaram impedidos de prosseguir em 28 de Fevereiro de 1898 e só manobraram para fora do gelo em 14 de Março de 1899. Durante a sua permanência forçada, vários homens perderam a sua sanidade, não só por causa da noite do Inverno antárctico e do sofrimento suportado, mas também por causa dos problemas de comunicação entre as diferentes nacionalidades.
 
Expedições nacionais
 
Devido ao pouco sucesso alcançado, o VII Congresso Internacional de Geografia realizado em 1899 fez uma segunda chamada ao qual responderam diversos países, Alemanha, Inglaterra, França e Suécia.
 
A Alemanha organizou uma incursão entre 1901 e 1903 comandada por Erich von Drygalski. A Inglaterra, uma entre 1901 e 1904 liderada por Robert Falcon Scott, para a realização de estudos oceanográficos, geológicos, meteorológicos e biológicos, além de pretender chegar ao Pólo Sul, e entre seus homens estava Ernest Shackleton. Entre outros factores, por Shackleton ter contraído escorbuto, a meta não foi alcançada, restando 850 quilómetros e apesar de todos os seus pedidos em contrário, Shackleton foi enviado de volta, o que gerou a sua posterior disputa com Scott.
 
O britânico William Speirs Bruce intentou obter o apoio da coroa para a realização de mais uma expedição oficial, mas este foi-lhe negado. Com isso, William recorreu ao nacionalismo escocês e entre 1902 e 1904 realizou-se a "Expedição Antárctica Nacional Escocesa". Um francês que havia organizado uma viagem de exploração do Árctico resolveu direccioná-la para o sul. Com o apoio do governo, realizou em 1904 uma expedição às Ilhas Shetland do Sul, a "Expedição Antárctica Francesa".
 
Ainda respondendo ao Congresso Internacional de Geografia, a Suécia organizou a sua própria campanha que, partindo da Terra do Fogo e de Ushuaia, exploraria a Península Antárctica em 1895 e 1897. Com o sucesso dessa missão o capitão Otto Nordenskjöld sugeriu que se prosseguisse com a exploração do litoral, o que lhe foi negado. Resolveu, por isso, organizar uma expedição com recursos próprios que por pouco não terminou em desastre quando o navio ficou preso no gelo e o grupo se dividiu. Foram resgatados em Setembro de 1903 após passarem o Inverno a duras penas em abrigos de pedra e com escassez de alimentos.
 
Corrida ao Pólo Sul
 
Ao ser enviado de volta por Scott, Shackleton começou a organizar o seu plano para a conquista do Pólo Sul. Partiu da Nova Zelândia para o Mar de Ross (mar localizado na costa antárctica do Oceano Pacífico) no início de 1908. Em 20 de Outubro deu início à sua viagem. No entanto, os trenós puxados por póneis mostraram-se ineficientes, pois os animais suavam e nas temperaturas polares isso matava-os por hipotermia. Assim, os próprios homens tiveram que carregar os trenós. Os mantimentos planeados para durar 91 dias tornaram-se escassos e, a 175 quilómetros da meta, Shackleton decidiu retornar em 1909. A notícia dos seus esforços fez com que fosse tratado como herói e, inclusive, sagrado cavaleiro.
 
Amundsen e Scott
 
Depois da expedição no Bélgica  e de outra ao Árctico, Amundsen resolveu rumar para o Pólo Norte, mas com a conquista deste em 1909, mudou os seus planos em direcção ao Sul. Simultaneamente, a notícia da expedição de Shackleton fez Scott querer garantir para o império britânico a glória da conquista e para si a prova da sua superioridade sobre o primeiro. Os dois estabeleceram-se na Plataforma de Ross a 800 quilómetros um do outro.
 
Amundsen partiu em 20 de Outubro de 1911, seguido por Scott duas semanas mais tarde. O primeiro grupo levava trenós puxados por cães e o segundo por um misto de póneis e cães. Seguindo a mesma rota de Shackleton, teve logo que se dividir ao chegar a um ponto de maior altitude, passando os trenós a serem puxados pelos homens.
 
Em 14 de Dezembro de 1911, o grupo liderado pelo explorador polar norueguês Roald Amundsen veio a ser o primeiro a alcançar o Pólo Sul, retornando em Janeiro. Com as crescentes dificuldades, Scott dividiu novamente o grupo, seguindo com quatro homens: Edward Adrian Wilson, Henry Robinson Bowers, Lawrence Oates e Edgar Evans. Chegaram ao Pólo em 17 de Janeiro e encontraram a bandeira norueguesa. No regresso, exaustos, pela fome e frio, dois homens ficaram pelo caminho e Scott seguiu com os dois restantes, morrendo eles mesmos a 13 quilómetros de um depósito de provisões.
 
Travessia do continente
 
Após a conquista do Pólo Sul, restava ainda uma outra façanha a ser realizada: atravessar o continente de costa a costa. Shackleton assumiu para si esse desafio.
 
A "Expedição Imperial Transantárctica" de 1914, estava organizada em duas frentes, a primeira sairia da Geórgia do Sul com direcção ao Mar de Weddell a bordo do Endurance em 5 de Dezembro de 1914, e a segunda da Nova Zelândia com direcção do Mar de Ross no navio Aurora. No entanto, o Endurance  ficou preso no gelo e Shackleton decidiu esperar a chegada da Primavera, só que o navio foi arrastado pelo gelo. Shackleton pensava chegar à Ilha Cerro Nevado, mas percebeu que seria impossível, pois o gelo já os havia arrastado até a Península Antárctica e acabou por afundar o navio em 21 de Novembro de 1915, pouco depois de descarregarem alguns botes e mantimentos. O capitão decidiu, então, rumar com cinco homens para as Ilhas Clarence ou Ilha Elefante em busca de ajuda, chegando depois de três dias a remar, sem água ou comida quente.
 
Dali, achando que a ajuda poderia demorar, rumou para a Geórgia do Sul, onde pediu socorro numa estação baleeira e conseguiu um navio com o qual pôde resgatar os seus homens que havia deixado sob o comando de Frank Wild, seu auxiliar, em 30 de Agosto de 1916. Os homens no Aurora  também tinham tido dificuldades e o navio havia retornado para a Nova Zelândia para reparos.
 
Ainda assim, organizou uma nova jornada que sairia da Geórgia do Sul para estudar o Oceano Antárctico, mas morreu no dia seguinte da sua chegada na ilha.
 
História recente
 
O Contra-Almirante da marinha dos Estados Unidos Richard Evelyn Byrd liderou cinco expedições para a Antárctica durante as décadas de 1930, 1940, e 1950. Ele sobrevoou o Pólo Sul com o piloto Bernt Balchen em 28 e 29 de Novembro de 1929, para igualar o seu sobrevoo do Pólo Norte em 1926. As explorações de Byrd tinham a ciência como finalidade e ele iniciou o uso de aeronaves no continente, apesar de o primeiro voo transcontinental ter sido realizado por Lincoln Ellsworth. As suas expedições estabeleceram o cenário das modernas explorações e pesquisa da Antárctica.
 
Até 31 de Outubro de 1956 ninguém voltaria a pisar no Pólo Sul; nesse dia o Contra-Almirante George Dufek e outros pousaram com sucesso uma aeronave R4D Skytrain (Douglas DC-3).
 
Durante o Ano Geofísico Internacional de 1957 foram montadas um grande número de expedições. O alpinista neozelandês Edmund Hillary liderou uma expedição usando tractores preparados para a travessia polar, alcançando o Pólo perto do fim do ano de 1957, a primeira expedição desde Scott a atingir o Pólo Sul por terra. Hillary estava a colocar depósitos de suprimentos para a expedição transantárctica britânica, mas "desviou-se" para o Pólo porque a viagem ia bem. Então em 1958, o explorador britânico Vivian Fuchs conseguiu realizar com sucesso a expedição pretendida por Shackleton em 99 dias na "Espedição Transantárctica do Commonwealth".
 
O Tratado da Antárctica foi assinado em 1 de Dezembro de 1959 e entrou em vigor em 23 de Junho de 1961 e actualmente muitos países mantêm bases de pesquisa permanente.
 
O Tratado da Antárctica é um documento assinado pelos países que reclamavam a posse de partes do continente da Antárctica, em que se comprometem a suspender as suas pretensões por um período indefinido, permitindo a liberdade de exploração científica do continente, num regime de cooperação internacional.
 
Um bebé, chamado Emilio Marcos de Palma, nascido próximo à baía Hope em 7 de Janeiro de 1978, tornou-se o primeiro nascido no continente. Históricamente, esse foi também o nascimento mais ao sul. A sua mãe foi enviada pelo governo da Argentina para que este fosse o primeiro país com crianças nascidas lá.
 
Em 28 de Novembro de 1979, um DC-10 da Air New Zealand, numa viagem turística, chocou com o Monte Erebus, na Ilha de Ross, matando todas as 257 pessoas a bordo. O acidente pôs um fim permanente às linhas aéreas operando voos comerciais para o continente, devido aos riscos compreendidos e a localização remota dos serviços de busca e resgate.
 
No final do século foram realizadas numerosas expedições, com um renovado interesse pelo continente sul. Começando em 17 de Julho de 1989 e tendo fim em 24 de Fevereiro de 1990 realizou-se a Expedição Transantárctica  formada por exploradores dos Estados Unidos, Japão, França, Inglaterra, China e Rússia, cruzando os Montes Transantárcticos e o continente na direcção da sua maior extensão e procurando alertar os governos e as sociedades para os danos ambientais na região. Na "Antartikten Transversale" dois alemães, Reinhold Mesmer e Arved Fuchs realizaram a rota de Shackleton com os métodos de Scott e Laurence de la Terrière foi uma francesa que cruzou a planície antárctica sozinha.
Fonte: Wikipédia. 
 

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20
Jan07

A Reconquista

Praia da Claridade

 
Mapa da evolução da conquista cristã

Mapa da evolução da conquista cristã

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A Reconquista (também referenciada como Conquista Cristã) é a designação historiográfica para o movimento cristão com início no século VIII que visava a recuperação cristã das terras perdidas para os árabes durante a invasão da Península Ibérica.
 
Os muçulmanos não conseguiram ocupar a região montanhosa das Astúrias, onde resistiram grandes povoações, e de uma delas surgiria Pelágio (ou Pelaio), que se pôs à frente dos refugiados, iniciando imediatamente um movimento para reconquistar o território perdido.
 
A guerra tinha um objectivo: reapoderarem-se das terras e de tudo o que nelas existia. A ocupação das terras conquistadas fazia-se com um cerimonial: cum cornu et albende de rege, isto é, com o toque das trombetas e a bandeira desfraldada.
 
A ideia de «cruzada» só veio a surgir na época das Cruzadas (1096). A reconquista de todo o território peninsular vai durar cerca de oito séculos, só ficando concluída em 1492 com a reconquista do reino muçulmano de Granada pelos Reis Católicos. Em Portugal, a Reconquista terminou com a conquista definitiva de Silves pelas forças de D. Afonso III, em 1253. Mais tarde, houve também motivações religiosas para a expansão marítima, precedida pela conquista das praças africanas.
 
Precedentes
 
Por volta do ano 711 toda a Península Ibérica seria invadida por hordas berberes, comandadas por Tarik ibn-Ziyad, obrigando os visigodos a recolher-se principalmente nas Astúrias, uma região no Norte da Península, que, pelas suas características naturais, colocava grandes dificuldades ao domínio muçulmano. Além disso, os muçulmanos estavam mais interessados em atravessar os Pirinéus e derrotar os Francos, visto terem como objectivos conquistar todos os territórios à volta do Mediterrâneo, o que acabou por não acontecer, pois foram derrotados pelos Francos.
 
A revolta
 
Antes de 750, os soldados berberes, que se acantonavam nas terras mais ao norte, revoltaram-se contra os árabes: estes eram pouco numerosos e chamaram tropas sírias, que dominaram a revolta. Em 718 Pelágio, chefe dos Visigodos, aproveita a desorganização muçulmana e dá inicio a um processo de reconquista dos territórios hispânicos, que iria durar cerca de oito séculos.
 
Não se sabe muito sobre Pelágio: o nome não é gótico: os autores de pequenas crónicas escritas pelo fim do século IX e no X procuram relacioná-lo com os antigos reis visigodos, para estabelecerem uma relação entre os guerrilheiros montanheses e a «restauração» do Cristianismo em Espanha. Um escritor árabe coevo diz que se tratava de um galego. Um historiador moderno supõe que seria um servo que se conseguiu impor aos companheiros no período de crise que seguiu a queda da monarquia; um outro considera-o um nativo das Astúrias; outros autores consideram que Pelágio era duque da Cantábria, parente, segundo a tradição, do rei Rodrigo.
 
Pelágio seria então o chefe daquele heróico grupo de godos que escaparam à dominação árabe da Península, refugiados nas montanhas quase inacessíveis das Astúrias. O domínio muçulmano na Península levava os guerreiros cristãos a porfiadas pelejas, cada um querendo «gizar» um reino para si.
 
É em 722 que ocorre a primeira grande vitória dos Cristãos contra os mouros, ocorrendo a Batalha de Covadonga; dá-se assim a derrota dos muçulmanos. Alexandre Herculano considera que o ardil de guerra que deu a vitória a Pelágio tem muito de comum com aquele que Viriato pusera por vezes em prática, cerca de novecentos anos antes: ainda que muito a custo, os cavaleiros enviados em cilada para a floresta à esquerda das gargantas de Covadonga, puderam chegar aí sem serem sentidos pelos árabes. Aquando da aproximação dos árabes, os cristãos recuaram e os primeiros, atribuindo ao temor esta fuga simulada, precipitaram-se em sua direcção. Pouco a pouco, o duque da Cantábria atraiu-os para a entrada da gruta de Covadonga. Ao som da trombeta de Pelágio, do cimo dos rochedos surgiram guerreiros que dizimaram os africanos e os renegados godos com tiros e lançando rochedos.
 
Na batalha de Auseba foram vingados os valentes que pereceram nas margens do Chrysus, pela morte de vinte mil sarracenos.
 
A oportunidade
 
Os cristãos espreitavam esses combates na esperança de um avanço nas conquistas católicas, e encontravam nas montanhas das Astúrias um campo propício. Das Astúrias desceu um dia um grupo de godos, capitaneados por Pelágio, que infligiria aos sarracenos uma formidável derrota na batalha de Cangas de Onís (cerca de 722), e que seria o primeiro elo dessa cadeia de combates que, prolongando-se através de quase oito séculos, fez recuar o Corão para as praias de África e restituiu a Península ao Cristianismo.
 
Seguiu-se uma prolongada guerra civil, a cerca de 740, em consequência da qual as terras para o norte do Douro ficaram livres, ou quase livres, dos invasores, porque os berberes, que lá estavam, marcharam para o sul para fazer guerra aos árabes. As populações hispano-góticas dessas regiões puderam, então, levantar cabeça e colocaram-se do lado dos Asturianos contra os mouros. A Galiza foi uma zona onde essa luta foi mais renhida e devastadora. Antes de terminar o século VIII, por efeito do recuo dos mouros, divididos por guerras internas, a Península Ibérica tinha duas zonas, cujo limite passava, aproximadamente, por Coimbra, seguia o curso do Mondego por Talavera, Toledo, Tudela e Pamplona. As populações não estavam submetidas a nenhuma organização definida permanente, a não ser ao clero.
 
Algumas sés (entre elas as do Porto e Braga) foram abandonadas pelos bispos, mas o culto cristão nunca foi interrompido. Alguns historiadores, entre eles Alexandre Herculano, tomaram à letra algumas frases dos cronicões da reconquista, em especial o atribuído a Sebastião, bispo de Salamanca.
 
Rezam as crónicas que foi Afonso I (um chefe asturiano) quem reconquistou uma enorme região, que incluía toda a Galiza, o Minho, o Douro e parte da actual Beira Alta, passando os mouros a fio de espada e levando consigo, para as Astúrias, todos os cristãos que encontrou no território.
 
É essa a origem da teoria do ermamento: se todos os mouros foram mortos e todos os cristãos levados, a terra transformou-se num grande deserto, onde a vida social parou e só veio a renascer a partir da sua incorporação nos novos reinos cristãos. Este ponto de vista foi depois corrigido. Os cristãos levados para o norte pode explicar-se pela necessidade de mão-de-obra nas terras onde o regime feudal dos godos estava a renascer. E, entre os mortos e os feridos, há sempre alguns que escapam.
 
Os ataques
 
As razias eram feitas nos lugares onde os saques podiam ser compensadores, e o facto de se repetirem várias vezes mostra que as populações estavam enraizadas. À aproximação dos soldados (umas vezes mouros, outras vezes cristãos), os aldeões faziam como em Coimbra: refugiavam-se nos montes e voltavam depois para construir novas choupanas e continuar as sementeiras. E estas dificuldades iam fortalecendo o poder popular. As condições sociais desta época são pouco conhecidas. Apesar disso, há indicações de conflitos sociais violentos entre os servos e os senhores.
 
Sebastião de Salamanca e o cronicão Albeldense falam-nos de uma revolta de libertinos, isto é, descendentes de antigos escravos. Diz que se revoltaram contra os senhores mas foram vencidos e «reconduzidos à escravidão». Em alguns casos, as populações revoltavam-se após a incorporação dos territórios em que habitavam no domínio cristão. Essas revoltas não eram de carácter religioso: não existem indícios de uma profunda adesão dos povos ao credo islâmico. Mas os «reconquistadores» não aceitavam as organizações dos vizinhos que, entretanto, se tinham enraizado.
 
Santiago Mata-Mouros
 
De acordo com outras tradições, Santiago teria aparecido miraculosamente em vários combates travados em Espanha durante a Reconquista Cristã, sendo a partir de então apelidado de Matamoros (Mata-Mouros). Santiago y cierra España  foi desde então o grito de guerra dos exércitos espanhóis. Santiago foi também protector do exército português até à crise de 1383-1385, altura em que o seu brado foi substituído pelo de São Jorge.
 
Os diferentes reinos cristãos
 
O primeiro reino cristão foi o das Astúrias, fundado por Pelágio, e mais tarde de Reino de Leão. Nos princípios do século X a província de Navarra tornou-se independente, formando o Reino de Navarra.
 
Os reis ásturo-leoneses foram alargando os domínios cristãos que atingiram o rio Mondego (Afonso III de Leão, e, ao mesmo tempo, iam repovoando terras e reconstruindo igrejas e mosteiros, ficando célebre na parte ocidental o Mosteiro de Guimarães – com grandes propriedades rústicas e muitos castelos por todo o norte do país.
 
Porém, já no século X, as discórdias entre os chefes cristãos enfraqueceram o reino, e Almançor tomou a ofensiva destruindo Leão, a capital, e reduzindo o reino cristão ao último extremo.
 
No século XI, Sancho de Navarra, rei de Navarra, anexou o condado de Castela e, por sua morte, os seus estados foram divididos pelos três filhos, sendo nessa altura os condados de Aragão e de Castela elevados à categoria de reinos. O reino de Castela coube a Fernando I, o Magno, mas este em breve se apoderou também do reino de Leão.
 
Fernando, rei de Leão e Castela, notabilizou-se na luta contra os muçulmanos recuperando muitas terras, entre as quais Coimbra (1064), alargando assim definitivamente os limites da reconquista até ao Mondego. Este monarca desenvolveu o território entre o Douro e Mondego, o qual aparece designado por Portucale, separadamente dos outros territórios da Galiza, com dois distritos ou condados – Portugal e Coimbra – gozando de autonomia administrativa, com magistrados próprios.
 
Fernando I, ao falecer (1065), repartiu os seus domínios pelos filhos: Sancho ficou com Castela, Afonso com Leão e Astúrias, e Garcia com a Galiza (e portanto com o condado de Portugal), transformado em reino independente. Depois de várias lutas entre os irmãos, morto Sancho e destronado Garcia, Afonso VI de Castela reúne novamente todos os estados de seu pai, tornando-se assim rei de Leão, de Castela e de Galiza.
 
Afonso VI, aproveitando as lutas entre os principados muçulmanos após a desagregação do califado de Córdova (1031), prosseguiu a guerra contra os infiéis e conquistou Toledo, onde fixou a capital.
 
Alarmados com as vitórias dos cristãos, alguns emires pedem auxilio aos Almorávidas da Mauritânia, e estes, vindo à Península, derrotam os exércitos cristãos na batalha de Zaraca (1086). Porém, Afonso VI, aproveitando agora a luta dos Almorávidas para a submissão dos príncipes muçulmanos, conquista Santarém e a seguir Lisboa e Sintra (1093), estendendo assim a reconquista até ao Tejo.
 
Acudindo aos apelos de Afonso VI, entre os cavaleiros de além-Pirinéus, vem Raimundo, filho do conde de Borgonha, que casaria com D. Urraca, filha do rei de Leão e recebe deste (1093) o governo de toda a Galiza até ao Tejo. No ano seguinte chega à Península D. Henrique, irmão do Duque de Borgonha e primo de Raimundo, que recebe a mão de D. Teresa, filha ilegítima de Afonso VI e recebe, depois, o governo da província portucalense que fazia parte do Reino da Galiza - terra que seu filho Afonso Henriques (revoltando-se contra ela e o seu padrasto Fernão Peres de Trava) alargou e tornou em reino independente. Assim, a formação do reino de Portugal foi uma frutuosa consequência das cruzadas do Ocidente. O reino da Galiza passou a ser unicamente aquele ao norte do rio Minho, ficando, com o tempo, mais dependente do poder do Reino de Castela — limitada por Leão a Este e por Portugal a Sul, a Galiza assumia assim a sua fronteira e Portugal seria o único a constituir um estado independente do poder castelhano.
 
Depois de D. Afonso VI, a reconquista contra os Almóadas foi prosseguida pelos reis de Portugal, Castela, Aragão e pelos condes de Barcelona.
 
Portugal na Reconquista
 
D. Afonso Henriques
, filho do conde de Portucale, iria revoltar-se contra a sua mãe, conquistando a Independência de Portugal e iniciando a reconquista portuguesa autonomamente.
 
Ordens religiosas e Cruzadas
 
Todos os reinos ibéricos puderam beneficiar do apoio de várias Ordens Militares, das quais se destaca a Ordem dos Templários, uma Ordem militar e religiosa instituída com o propósito da cristianização.
 
Portugal, especialmente, viria a beneficiar das Cruzadas em trânsito para o Médio Oriente, tendo estas desempenhado um papel importantíssimo na tomada de algumas cidades portuguesas e subsequente expansão, bem como na fundação do próprio Reino de Portugal.
 
O fim do domínio árabe
 
Em 1492, com a conquista do reino de Granada, a Reconquista chegava ao fim. Já os reinos da Galiza, Leão, Castela, Navarra e Aragão iniciavam uma relativa unificação ao possuir um único rei (embora mantendo a autonomia económica, administrativa e comercial), que posteriormente recebeu o nome de reino de Espanha. Juntamente com o reino independente de Portugal, debatiam-se estes dois estados pelas conquistas marítimas. Ainda com o apoio da Igreja, ambos os reis estavam agora de olhos postos no Norte de África, nas praças comerciais de renome, como Ceuta e Tânger, sob o pretexto da cristianização. Caminhava-se, paralelamente, para a fase inicial dos Descobrimentos.
Fonte: Wikipédia. 
 

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19
Jan07

Mosteiro de Alcobaça

Praia da Claridade

 
Mosteiro de Alcobaça - Fachada do mosteiro antes da requalificação de 2005

Mosteiro de Alcobaça - Fachada do mosteiro antes da requalificação de 2005

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Mosteiro de Alcobaça - chaminé da cozinha

Mosteiro de Alcobaça - chaminé da cozinha

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O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Mosteiro de Alcobaça, é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Foi fundado em 1178 pelos monges de cister. ordem monástica católica, fundada em 1098 por Robert de Molesme, seguindo a regra beneditina; os seus monges são conhecidos como monges brancos devido à cor do seu hábito.
 
História
 
No final do século X organizou-se em Cluny, na Borgonha, um novo mosteiro beneditino que procurava renovar a regra de S. Bento. As igrejas cluniacenses eram cheias de belos elementos decorativos. Contra estas manifestações de gosto pela beleza natural, insurgiu-se Bernardo de Claraval, que se recolhera em 1112 em Cister, donde saíra para fundar a Abadia de Claraval e animar mais uma reforma que restituísse à ordem de S. Bento todo o rigor inicial. Os religiosos de Cister deviam viver do seu trabalho, não acumular riquezas, e os mosteiros seriam edificados em lugares ermos, sem qualquer decoração. Enquanto D. Afonso Henriques  se empenhava na Reconquista, chegaram ao território português os monges de Cister que fundaram o Mosteiro de São João Baptista de Tarouca em 1140. Diz a lenda que o nosso primeiro rei doou parte das terras da região de Alcobaça a S. Bernardo, em cumprimento da promessa feita quando da conquista de Santarém. Se se comparar a planta do Mosteiro de Alcobaça com o da segunda igreja de Claraval, temos que tem o mesmo desenho base. É de cerca de 1152 a construção provisória do mosteiro, e é conhecida no mesmo ano uma referência ao seu abade, e a respectiva carta de couto
(declaração de doação de propriedade) é do ano seguinte.
 
Os primeiros monges, monges brancos, tiveram uma acção civilizadora notável: em 1269 abrem a primeira escola pública. No tempo do geral Fr. Sebastião de Sotomaior
tomaram grande incremento as oficinas de imaginária da Abadia. Também desempenharam acções de assistência e beneficência através da enfermaria e portaria.
 
Caracterização arquitectónica
 
Trata-se de uma estrutura de planta em cruz latina. A actual fachada é do século XVIII, restando do gótico primitivo o portal de arcos ogivais e o arco da rosácea. A concepção arquitectónica deste monumento, desprovida de decoração e sem imagens, como ordenava a Ordem de Cister, apresenta uma grandiosidade e beleza indiscutíveis. As naves central e laterais são inteiramente abobadadas, praticamente da mesma altura, dão a sensação de amplo espaço, a que o processo de iluminação, românico ainda, dá pouca luz e o torna maior. As naves laterais prolongam-se pelo deambulatório, e da charola irradiam nove capelas que acompanham a abside
circular, iluminada por frestas altas, o que realça o altar-mor.
 
A segurar a parte alta da abside existem arcos-botantes, pouco vulgares nas abadias de Cister, talvez por ser um monumento de transição entre o românico e o gótico. As inovações típicas da arte gótica aparecem ainda com o aspecto de um ensaio, como por exemplo a subida das naves laterais até à altura da central. O transepto apresenta-se com duas naves, mas quando olhamos a planta da igreja, reconhecem-se três, nos alicerces e no corpo central. Contíguo à sacristia fica o Jardim das Murtas, onde em 1690 foi construída a capela de Nossa Senhora do Desterro, com uma bela fachada barroca. A parte térrea do claustro foi mandada construir por D. Dinis, e é o mais antigo claustro cisterciense de Portugal. Do lado norte do claustro, e ligado a ele, situam-se o refeitório com um púlpito
, com uma escada na parede, e a ampla cozinha onde se assavam reses inteiras.
 
Deambulatório
 
O Deambulatório é uma obra complexa, a sua estrutura interior - o presbitério, propriamente dito - articula-se com a nave por intermédio de duas paredes opostas, rectas, marcadas por dois pilares nos extremos e de cada lado; oito colunas de grande diâmetro e robustez com capitéis de cesto troncocónico côncavo e ornamentação vegetalista muito simplificada, sustentam arcos quebrados muito aperaltados; a abóbada
, nervurada e ligeira, parte de meias colunas cuja raiz se situa acima daqueles capitéis. A parte exterior do Deambulatório é dotada de uma abóbada mais pesada e de acordo com os sistemas mais simples utilizados no restante edifício.
 
Dormitório
 
O Dormitório dos monges
é constituído por três naves e onze tramos acrescidos de mais dois no topo que ocupa o andar superior.
 
Ao fundo ainda existe um pouco de uma escada que se prolongava até à igreja onde eles iam rezar durante a noite, de duas em duas horas.
 
Sala do Capítulo
 
A Sala do Capítulo, uma das dependências mais importantes na hierarquia funcional da Abadia, reporta-se a um período em que o templo já existia - meados do século XIII
- e revela um estado mais avançado dos trabalhos sendo estruturada por quatro pilares centrais, com seis colunas enfeixadas, capitéis de cesto mais alto ornados com temas vegetalistas com «crochets» em dois andares, de onde partem radialmente as nervuras de secção mais complexa com duplo toro boleado.
 
A sala do capítulo é onde o monge mais importante lia um livro onde estava escrito como devia ser o comportamento dos monges dentro do mosteiro.
 
Claustro de D. Dinis
 
O Claustro de D. Dinis é constituído por dois registos com quatro alas de tramos marcados por contrafortes de andares. No registo inferior arcada rebaixada contendo arcos plenos, tribolados, e quebrados, sobre colunas grupadas com capitéis vegetalistas, encimados por óculos; galerias abobadadas com cruzarias de ogivas apoiadas em mísulas. O registo superior abre para a quadra por arcos plenos duplos e triplos sobre colunas assentes no parapeito.
 
Claustro de D. Afonso VI
 
O Claustro de D. Afonso VI tem dois andares, uma sala rectangular precedida por galeria com cinco arcos e duas salas abobadadas em aresta.
 
O interior do edifício demonstra a existência de um gótico avançado, o exterior do edifício exprime a austeridade cisterciense, neste caso orientada para objectivos mais pragmáticos. De facto, como aconselhava a regra, não existem torres, e as fachadas, nomeadamente o frontispício, possuía apenas uma parede lisa com empena triangular. As paredes são contrafortadas, exceptuando a cabeceira, na qual surgem pela primeira vez arcobotantes na arquitectura portuguesa. A coroação do templo, pelo exterior, é composta por merlões com topo biselado dos dois lados, sobre um parapeito que descansa numa fiada de modilhões. Esta característica confere ao conjunto uma solidez militar um ar de fortaleza
.
 
Estes e outros aspectos poderão desmentir a escassa influência do Mosteiro de Alcobaça na história da arquitectura portuguesa. De facto, o monumento tem sido sempre encarado como uma excepção no quadro do modo gótico produzido em Portugal
como uma peça única e experimental sem antecedentes nem descendentes.
Fonte: Wikipédia. 
 

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18
Jan07

D. Pedro I de Portugal

Praia da Claridade

 
D. Pedro I, rei de Portugal, o Cruel, Cru ou Vingativo

D. Pedro I, rei de Portugal, o Cruel, Cru ou Vingativo

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D. Pedro I (Coimbra, 8 de Abril de 1320 - Estremoz, 18 de Janeiro de 1367, faz hoje 640 anos) foi o oitavo Rei de Portugal. Mereceu os cognomes de O Justiceiro (também O Cruel, O Cru ou O Vingativo), pela energia posta em vingar o assassínio de Inês de Castro, ou de O-Até-ao-Fim-do-Mundo-Apaixonado, pela afeição que dedicou àquela dama galega. Era filho do rei D. Afonso IV e sua mulher, a princesa Beatriz de Castela. Pedro I sucedeu a seu pai em 1357.
 
Pedro é conhecido pela sua relação com Inês de Castro, a aia galega da sua mulher Constança, que influenciou fortemente a política interna de Portugal no reinado de Afonso IV. Inês acabou assassinada por ordens do rei em 1355, mas isso não trouxe Pedro de volta à influência paterna. Bem antes pelo contrário, entre 1355 e a sua ascensão à coroa, Pedro revoltou-se contra o pai pelo menos duas vezes e nunca lhe perdoou o assassinato de Inês. Uma vez coroado rei, em 1357, Pedro anunciou o casamento com Inês, realizado em segredo antes da sua morte, e a sua intenção de a ver lembrada como Rainha de Portugal.
 
Este facto baseia-se apenas na palavra do Rei, uma vez que não existem registos de tal união. Dois dos assassinos de Inês foram capturados e executados (Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves) com uma brutalidade tal (a um foi arrancado o coração pelo peito, e a outro pelas costas), que lhe valeram os epítetos supra-mencionados. Conta também a tradição que Pedro teria feito desenterrar o corpo da amada, coroado-o como Rainha de Portugal, e obrigado os nobres a procederem à cerimónia do beija-mão real ao cadáver, sob pena de morte. De seguida, ordenou a construção de dois túmulos (verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal), os quais foram colocados nas naves laterais do Mosteiro de Alcobaça para que, no dia do Juízo Final, os eternos amantes, então ressuscitados, de imediato se vejam...
 
Como rei, Pedro revelou-se um bom administrador, corajoso na defesa do País contra a influência papal (foi ele que promulgou o famoso Beneplácito Régio, que impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no País sem a sua autorização expressa), e justo na defesa das camadas menos favorecidas da população. Na política externa, Pedro participou ao lado de Aragão na invasão de Castela.
 
D. Pedro reinou durante dez anos, conseguindo ser extremamente popular, ao ponto de dizerem as gentes «que taaes dez annos nunca ouve em Portugal como estes que reinara el-Rei Dom Pedro».
 
Jaz no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
 
 
Descendência
  • Primeiro casamento: Branca, princesa de Castela (repudiada)
  • Segundo casamento: Constança Manuel, princesa de Castela (1320-1349)
    • Luís de Portugal (1340)
    • Maria, princesa de Portugal (1342-1367), casada com Fernando, príncipe de Aragão
    • Fernando, rei de Portugal (1345-1383)
  • Terceiro casamento?: Inês de Castro (1320-assassinada em 1355)
    • Afonso de Portugal (morto em criança)
    • Beatriz, princesa de Portugal (1347-1381)
    • João, príncipe de Portugal (1349-1387)
    • Dinis, infante de Portugal (1354-1397)
  • Teresa Lourenço
    • João I, rei de Portugal (1357-1433)
Fonte: Wikipédia. 
 

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17
Jan07

Ilha de Santo Antão

Praia da Claridade

 
Arquipélago de Cabo Verde

Arquipélago de Cabo Verde



 
Vista do interior da ilha de Santo Antão, Cabo Verde

Vista do interior da ilha de Santo Antão, Cabo Verde




Santo Antão é uma das 9 ilhas habitadas de Cabo Verde, localizada no grupo do Barlavento, a noroeste, a segunda maior do arquipélago em superfície e a terceira em população, com aproximadamente 40 km de extensão longitudinal e cerca de 20 km de largura. De origem vulcânica, Santo Antão é a ilha mais ocidental de Cabo Verde e a mais afastada do continente africano. O canal de São Vicente separa-a da ilha mais próxima, a ilha de São Vicente.
 
Descoberta em 1462, começou a ser colonizada, com pouco sucesso, em 1548. Uma cadeia de montanhas, tida durante muito tempo como intransponível, separa a ilha entre norte e sul.
 
Os principais aglomerados populacionais são a vila da Ribeira Grande – a capital da ilha –, o Porto Novo – porta de entrada de gentes e mercadorias vindas de São Vicente – e a Ponta do Sol – onde se localiza o aeródromo da ilha.
 
Geografia
 
O ponto mais elevado da ilha é o Tope da Coroa, com 1.979 m, que é um vulcão inactivo, seguido do Pico da Cruz, com 1.814 m, a noroeste, e o Gudo de Cavaleiro, com 1.811 m, a sudeste.
 
Desde 1999 tem sido observada contínua elevação da temperatura da água do mar na região da Ponta do Sol, o que leva os vulcanólogos a admitir que é crescente o risco de novas erupções naquela área.
 
A parte da ilha voltada a sudeste é quase completamente árida, enquanto que a zona noroeste goza de chuvas relativamente regulares e é razoavelmente verde. Não é de estranhar, pois, que a maioria da população se concentre nesta parte de Santo Antão.
 
Os vales acusam uma forte erosão. Muitos vulcões são relativamente jovens e têm caldeiras. As montanhas são compostas de basalto e erguem-se a centenas de metros de altura.
 
História
 
O nome Santo Antão foi dado pelo navegador português Diogo Afonso que descobriu a ilha no dia 17 de Janeiro de 1462, faz hoje 545 anos, em consonância com o santo do dia da descoberta, tal como ocorreu com outras ilhas do grupo: São Vicente, São Nicolau e Santa Luzia.
 
A colonização começou em 1548. No século XVII, as populações das ilhas de Santiago e do Fogo com colonos vindos do norte de Portugal fundaram a Povoação, a actual vila da Ribeira Grande na zona norte da ilha.
 
Economia
 
A pesca tem um papel importante na economia da ilha. As principais produções agrícolas são cana-de-açúcar, inhame, mandioca, banana, manga e milho. Um das principais produções da ilha é o groge, um tipo de cachaça produzido localmente e muito popular em todo o arquipélago.
 
Nos últimos anos o turismo tem-se vindo a tornar uma indústria com importância crescente. A paisagem íngreme, contrastando áreas verdes com regiões absolutamente secas, é um forte atractivo para os turistas com gosto por longas caminhadas, o turismo-aventura e o eco-turismo. Prevê-se para breve a abertura de um hotel de quatro estrelas em Paul e unidades de três estrelas em diversos pontos da ilha de Santo Antão.
 
Divisão administrativa
 
Santo Antão está dividida em três concelhos – Paul, Porto Novo e Ribeira Grande – e sete freguesias – Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Livramento, Santo Crucifixo, São Pedro Apóstolo, Santo António das Pombas, São João Baptista e Santo André.
 
Língua
 
Para além do português, língua oficial, o crioulo cabo-verdiano é usado no dia-a-dia pela grande maioria da população de Santo Antão. Existe uma variante local do crioulo cabo-verdiano.
Fonte: Wikipédia. 
 

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16
Jan07

Rubi

Praia da Claridade

 
Rubi Lapidado

Rubi Lapidado




Rubi é uma pedra preciosa vermelha, uma variedade do mineral corindon (óxido de alumínio) cuja cor é causada principalmente pela presença de cromo. Os rubis naturais são excepcionalmente raros, mas produzem-se rubis artificialmente que são comparativamente baratos.
 
O rubi é mineralizado na Africa, Ásia e na Austrália. Eles são mais comuns em Myanmar, Sri Lanka e Tailândia, porém também são encontrados em Montana e na Carolina do Sul. Algumas vezes ocorrem juntamente com espinelas nas mesmas formações geológicas ocorrendo confusão entre as duas espécies: no entanto, bons exemplares de espinelas vermelhas têm um valor próximo do rubi. A espinela (óxido de alumínio e de magnésio) é considerada no mundo das pedras preciosas como a grande impostora devido à sua semelhança com o rubi.
 
O rubi têm dureza 9 na escala de Mohs, e entre as gemas naturais somente é ultrapassado pelo diamante em termos de dureza. As variedades de corindon não vermelhas são chamadas de safiras.
 
As gemas de rubi são valorizadas de acordo com várias características incluindo tamanho, cor, claridade e corte. Todos os rubis naturais contêm imperfeições. Por outro lado, rubis artificiais podem não conter imperfeições. Quanto menor o número e menos óbvias as imperfeições, mais caro é o rubi - a menos que não tenha imperfeições (i.e., um rubi "perfeito") - então ele é suspeito de ser fabricado artificialmente e o seu status de gema sem preço não é garantido. Alguns rubis manufacturados têm substâncias adicionadas a eles para que possam ser identificados como artificiais, mas a maioria requer testes gemológicos para determinar a sua origem.
 
Foi usado um rubi sintético para criar o primeiro laser.
 
O maior rubi estrela do mundo é o Rajaratna, que pesa 495 g. O maior rubi estrela-dupla do mundo (com uma estrela de 12 pontas) é o Neelanjali, pesando 274 g. Ambos pertencem à G. Vidyaraj de Bangalore na Índia.
 
Os rubis são a pedra do nascimento de quem nasceu em Julho.
 
 
A Escala de Mohs quantifica a dureza dos minerais, isto é, a resistência que um determinado mineral oferece ao risco, ou seja, a retirada de partículas da sua superfície. O diamante risca o vidro, portanto, este é mais duro que o vidro. Esta escala foi criada pelo mineralogista austríaco Friedrich Mohs com 10 minerais de diferentes durezas existentes na crosta terrestre. Atribuiu valores de 1 a 10. O valor de dureza 1 foi dado ao material menos duro que é o talco, e o valor 10 dado ao diamante que é a substância mais dura existente na natureza. Esta escala não corresponde à dureza absoluta de um material, por exemplo, o diamante tem dureza absoluta 1500 vezes superior ao talco. A escala de dureza Mohs é usada em mineralogia, no entanto, existem outras escalas de dureza utilizadas em ciência dos materiais.
 

 
Escala de Mohs

Escala de Mohs

Fonte: Wikipédia. 
 

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15
Jan07

Cratera

Praia da Claridade

 
Cratera oriunda de um teste nuclear

Cratera oriunda de um teste nuclear

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Cratera é uma depressão provocada pelo impacto de um meteorito ou asteróide com a superfície dum planeta ou seus satélites. O termo é também utilizado para designar a depressão formada pela erupção de um vulcão. O termo cratera  vulcânica não deve ser confundido com caldeira (geologia), uma estrutura de colapso ou abatimento formada pela descompressão nos sistemas vulcânicos.
Fonte: Wikipédia. 
 

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14
Jan07

Refúgio das Mágoas

Praia da Claridade
 
Meus olhos tristes chorando
Brotaram plangentes águas
Mas descobri que cantando
São mais suaves as mágoas!...
 
Toda a mágoa que na vida
Em silêncio é calada
É sempre mais dolorida
Por nunca ser revelada...
 
Se a vida fosse somente
Feita de dor e sofrer
Não havia certamente
Mera razão p'ra viver ...
 
As mágoas que alma sente
E a vida vão torturando
Têm refúgio, se a gente
Levar a vida cantando!... 
 
Euclides Cavaco

 

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13
Jan07

Pensamentos

Praia da Claridade

 
 
"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente." Kierkegaard
 
"Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideia para mudar." Francis Bacon
 
 
"Coloque os seus ideais nas estrelas, mesmo que você não consiga alcançar a metade do caminho"
Tolstoi
   
"A principal característica da felicidade genuína é a paz, a paz interior." Dalai Lama
   
"Ama-se mais o que se conquistou com esforço."
Aristóteles
   
"Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha."
Confúcio
 
"O segredo da existência humana consiste não só em viver, mas ainda em encontrar um motivo de viver."
Dostoiévski
 


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12
Jan07

Poema

Praia da Claridade
 
 
Noite de saudade
Florbela Espanca
 
 
A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...
 
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!
 
Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!
 
Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!
 
  
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