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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

28
Fev05

A palavra mais bela

Praia da Claridade

"Mãe:  
        a palavra mais bela pronunciada pelo ser humano
                                                          Kahil Gibran.

Teus braços sempre se abrem quando preciso um abraço.
Teu coração sabe compreender quando preciso uma amiga.
Teus olhos sensíveis se endurecem quando preciso uma lição.
Tua força e teu amor me dirigiram pela vida e me deram as asas que precisava para voar.


Cores_a_rodar.gif

28
Fev05

Mãezinha

Praia da Claridade

Letra: António Gedeão



A terra de meu pai era pequena
e os transportes difíceis.
Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem misséis.
Corria branda a noite e a vida era serena.

Segundo informação, concreta e exacta,
dos boletins oficiais,
viviam lá na terra, a essa data,
3023 mulheres, das quais
45 por cento eram de tenra idade,
chamando tenra idade
à que vai do berço até à puberdade.

28 por cento das restantes
eram senhoras, daquelas senhoras que só havia dantes.
Umas, viúvas, que nunca mais (oh! nunca mais!) tinham sequer sorrido
desde o dia da morte do extremoso marido;
outras, senhoras casadas, mães de filhos
(De resto, as senhoras casadas,
pelas suas próprias condições,
não têm que ser consideradas
nestas considerações.)

Das outras, 10 por cento,
eram meninas casadoiras, seriíssimas, discretas,
mas que por temperamento,
ou por outras razões mais ou menos secretas,
não se inclinavam para o casamento.

Além destas meninas
havia, salvo erro, 32,
que à meiga luz das horas vespertinas
se punham a bordar por detrás das cortinas
espreitando, de revés, quem passava nas ruas.

Dessas havia 9 que moravam
em prédios baixos como então havia,
um aqui, outro além, mas que todos ficavam
no troço habitual que o meu pai percorria,
tranquilamente no maior sossego, às horas em
que entrava e saía do emprego.

Dessas 9 excelentes raprigas
uma fugiu com o criado da lavoura;
5 morreram novas, de bexigas;
outra, que veio a ser grande senhora,
teve as suas fraquezas mas casou-se
e foi condessa por real mercê;
outra suicidou-se
não se sabe porquê.

A que sobeja
chama-se Rosinha.
Foi essa que o meu pai levou à igreja.
Foi a minha mãezinha.

27
Fev05

Dez mandamentos

Praia da Claridade
Dez mandamentos de qualidade do dia-a-dia
por Haroldo P. Barbosa*

1. Ao acordar, não permita que algo que saiu errado ontem seja o primeiro tema do dia. No máximo, comente seus planos no sentido de tornar seu trabalho cada vez mais produtivo.
Pensar Positivo é Qualidade.


2. Ao entrar no prédio de sua empresa, cumprimente cada um que lhe dirige o olhar, mesmo não sendo colega de sua área.
Ser Educado é Qualidade.


3. Seja metódico ao abrir seu armário, ligar seu terminal,
disponibilizar os recursos ao seu redor. Comece relembrando as notícias de ontem.
Ser Organizado é Qualidade.

4. Não se deixe envolver pela primeira informação de erro recebida de quem talvez não saiba de todos os detalhes. Junte mais dados que lhe permita obter um parecer correcto sobre o assunto.
Ser Prevenido é Qualidade.


5. Quando for abordado por alguém, tente adiar sua própria tarefa, pois quem o veio procurar deve estar precisando bastante de sua ajuda e confia em você. Ele ficará feliz pelo auxílio que você lhe possa dar.
Ser Atencioso é Qualidade.

6. Não deixe de se alimentar na hora do almoço. Pode ser até um pequeno lanche, mas respeite suas necessidades humanas. Aquela tarefa urgente pode aguardar mais 30 minutos.
Respeitar a Saúde é Qualidade.


7. Dentro do possível tente agendar tarefas (comerciais e sociais) para os próximos 10 dias. Não fique trocando datas a todo momento, principalmente a minutos do evento. Lembre-se, você afectará o horário de vários colegas.
Cumprir o Acordo é Qualidade.

8. Ao comparecer a estes eventos, leve tudo o que for preciso para a ocasião, principalmente as suas idéias. E divulgue-as sem receio. O máximo que pode ocorrer é alguém poderoso - ou um grupo - não as "comprar". Em dois ou três meses, talvez você tenha chance de mostrar, com mais ênfase, que estava com a razão. Saiba esperar.
Ter Paciência é Qualidade.

9. Não prometa o que está além do seu alcance só para impressionar quem lhe ouve. Se você ficar devendo um dia, vai arranhar o conceito que levou anos para construir.
Falar a Verdade é Qualidade.

10. Na saída do trabalho, esqueça-o. Pense como vai ser bom chegar em casa e rever a família, o que lhe dá segurança para desenvolver suas tarefas com equilíbrio.
Amar a Família é a Maior Qualidade.


* Haroldo P. Barbosa é poeta, autor de livros e artigos e matemático.


--------
Espero que cumpram estes 10 mandamentos !...
Os meus votos de um excelente DOMINGO !

26
Fev05

Amizade...

Praia da Claridade

A amizade melhora a felicidade
e diminui a tristeza,
porque através do amigo,
duplicam-se as alegrias
e dividem-se os problemas.

26
Fev05

TIMOR, tempos de sofrimento...

Praia da Claridade
Gerações

Nomes sem rosto
corações esfaqueados
de lembranças
nas lágrimas de crianças
chorando pelos pais...

Mais do que a morte
que os fez calar
em cada gota de lágrima
a cena cruel

... uma mãe gemia
sem forças seu corpo desenhava
marcas da angústia
esgotada

Os farrapos que a cobriam
rasgados
no ruído da sua própria carne
sob o selvático escárnio
dos soldados indonésios
em cima dela, um por um

Já inerte, o corpo da mulher
se tornou cadáver
insensível à justiça do punhal
que a libertara da vida

enquanto...
golpes de coronhadas
se repercutiam
nas gotas de lágrimas que iam caindo
da mesma face das crianças

Um pai se ofendera
no último não da sua vida a mulher violada
assassinada sob os seus olhos

O cheiro da pólvora
vinha de muitos furos
daquele corpo
que já não era corpo
estendido
sem forma de morte

e...

As lágrimas secaram
nas lembranças das crianças
veio o suor da luta
porque as crianças cresceram

Quando jovens seios
estremecem sob o choque eléctrico
e as vaginas
queimadas com pontas de cigarro
quando testículos de jovens
estremecem sob o choque eléctrico
e seus corpos
rasgados com lâminas
eles lembram-se sempre:

A luta continuará sem tréguas!

Xanana Gusmão in "Mar meu"
Cipinang, 5 de Novembro de 1995

26
Fev05

Pensamento...

Praia da Claridade

FernandoPessoa01.jpg    A Pressa Febril da Vida Moderna



A lentidão da nossa vida é tão grande que não nos consideramos velhos aos quarenta anos. A velocidade dos veículos retirou a velocidade às nossas almas. Vivemos muito devagar e é por isso que nos aborrecemos tão facilmente. A vida tornou-se para nós uma zona rural. Não trabalhamos o suficiente e fingimos trabalhar demasiado. Movemo-nos muito rapidamente de um ponto onde nada se faz para outro onde não há nada que fazer, e chamamos a isto a pressa febril da vida moderna. Não é a febre da pressa, mas sim a pressa da febre. A vida moderna é um lazer agitado, uma fuga ao movimento ordenado por meio da agitação.


Fernando Pessoa, in 'Heróstato'

25
Fev05

Cesário Verde

Praia da Claridade

(1855 - 1886)

José Joaquim Cesário Verde, poeta português,
nasceu em 25 de Fevereiro de 1855 na cidade de Lisboa mais precisamente em Caneças, Loures, oriundo de uma família burguesa abastada. O pai era lavrador (tinha uma quinta em Linda-a-Pastora) e comerciante (estabelecido com uma loja de ferragens na baixa lisboeta). Dedicou-se desde muito jovem a essas actividades. No ano de 1873 matriculou-se no curso de Letras da Universidade de Coimbra, mas frequentou o curso somente por alguns meses. Nesse período, começou a publicar poesias no "Diário de Notícias", no "Diário da Tarde", no "Ocidente" e em alguns outros periódicos. Nessa época também surgem os sintomas mais agudos da tuberculose, doença que o levaria à morte em 18 de Julho de 1886. No ano seguinte, Silva Pinto, seu amigo dos tempos de universidade, reúne seus poemas num livro intitulado "O Livro de Cesário Verde".

CesarioVerde.jpg

Um trecho d' O Livro de Cesário Verde

O SENTIMENTO DE UM OCIDENTAL
      
A Guerra Junqueiro

I

AVE-MARIAS

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba-me;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos,
Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinido de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.

Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção!

II

NOITE FECHADA

...

Se gostaram, eu coloco o II, o III e o IV. -  Dou a palavra aos leitores...
porque sem eles o meu trabalho não faz sentido...
No fim de cada artigo encontram a palavra  "Comentar".
Cliquem nela e dêm a vossa opinião, porque sem as vossas palavras eu é que sinto a minha página "parada", mesmo colocando um assunto diariamente, se não tiver retorno...
Depois pergunto a mim próprio: " vale a pena ? "
Mas alguns visitantes já lá deixaram a sua "contribuição" e o meu artigo de ontem (24) foi de agradecimento e dedicado a todos esses que por aqui passaram.
Bem hajam !

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25
Fev05

Espaço RISOTA

Praia da Claridade

Quando te encontrar possuir-te-ei !...


Quando te encontrar...
Levar-te-ei até à cama...
Sem pedir licença...
Tocar-te-ei em todo o teu corpo,
E sadicamente...
Te possuirei !
Vou-te deixar com uma enorme
Sensação de cansaço...
Entregue !...

Lentamente...
Vou-te fazer sentir arrepios,
Fazer-te suar...
Profundamente,
Irás gemer...
Até chorar.
Deixar-te-ei ofegante,
Tirar-te-ei o ar,
A tua cabeça pulsará.


Da cama...
Não conseguirás sair...
E quando terminar,
Irei embora sem me despedir.
Até à próxima...


Assinado: A GRIPE


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