Sátira
Sátira à Condução
Conduzir em Portugal,
É como ter passaporte,
P'ra sem processo legal,
Entrar no país da morte.
Conduz-se em sinistro jeito,
Sempre em forma acelerada,
Sem o mínimo respeito,
Pelo código da Estrada.
Velocidades ingentes,
De pedal sempre ao fundo,
Faz-nos ser em acidentes,
Quase os primeiros do mundo.
Quanta manobra perigosa,
Por vezes na condução,
Termina em forma horrorosa,
À pancada ou discussão.
As "bombas" p'ra ultrapassar,
É de gesto ou palavrão,
Ou dão luzes p'ra avisar,
Um eminente empurrão.
Passam, mas ficam zangados,
Se afrouxam por acaso,
Atrás dos carros pesados,
Lentos e fora do prazo.
Onde está a cortesia?
Que fica por demonstrar,
Dos que por mera mania,
Só têm pressa a guiar.
Tome este conselho a sério,
Deixe de conduzir mal,
P'ra não fazer cemitério,
Das estradas de Portugal!
Euclides Cavaco