Dia da Liberdade
Dois testemunhos, de gente nova...
Dia da Liberdade
Os Cravos da Liberdade
Há muitos anos atrás, havia um país muito bonito, mas, onde as pessoas viviam tristes e cheias de medo. Elas, quando se encontravam na rua ou nos cafés, falavam baixinho...parecia haver um segredo terrível que as assustava e que não podiam revelar.
Os visitantes de outros países, apercebiam-se que aquele povo era infeliz, porque lhe haviam roubado um Tesouro a Liberdade. Para elas, viver sem Liberdade, era como sufocar...
Os amigos estrangeiros, achavam que como nos seus países, estas pessoas tinham direito à Liberdade, assim como ao ar que respiravam. Deveriam poder fazer o que quisessem, desde que não fizessem mal a ninguém.
No país das pessoas tristes, havia polícias em todo o lado que, as controlavam e proibiam de contar o seu segredo, de dizer o que pensavam e sentiam. Se fossem descobertas, poderiam ser presas, torturadas ou até mortas. Esses polícias até abriam as cartas das pessoas e ouviam as suas conversas, para saberem os seus pensamentos e as suas opiniões.
Os meninos deste país, também não podiam ler o que quisessem, ou ouvir algumas músicas e, nem sequer podiam beber Coca-Cola, porque era proibido (não se sabia porquê).
Os rapazes e as raparigas, tinham que andar em escolas separadas por muros e por grades. As raparigas não podiam vestir calças, nem andar sem meias ou usar mini-saia porque também era proibido.
Quando cresciam, os rapazes eram mandados para guerras em países distantes e obrigados a matar pessoas que nunca lhes haviam feito mal. Muitos morreram e outros regressaram loucos e deficientes.
No País das Pessoas Tristes, também não se podia votar noutros governantes e, assim, escolher outras pessoas que acabassem com todas as coisas más e lhes devolvessem a Liberdade.
Os visitantes estrangeiros, depois de saberem este segredo terrível, ficaram igualmente amedrontados e com receio de serem vigiados e presos. Só então compreenderam, a importância da Liberdade que havia nos seus países.
Um dia, as pessoas deste País triste e assustado resolveram reconquistar o Tesouro que lhes tinham tirado.
Foram os soldados que pegaram nas suas espingardas e canhões, para arrancar o Tesouro aos ladrões.
Toda a gente saiu para as ruas cantando e gritando: - Viva a Liberdade! Colocaram-se cravos vermelhos e brancos nas varandas e nas espingardas dos soldados. Os presos foram libertados, os soldados regressaram das guerras e as pessoas que tinham fugido do País, voltaram muito felizes.
Esta Revolução, aconteceu no dia 25 de Abril do ano de 1974, no nosso País Portugal e este dia ficou conhecido para a História, como O Dia da Liberdade.
Todos os anos, comemoramos o 25 de Abril, para nos lembrarmos da importância da Liberdade na vida das pessoas e, da nossa responsabilidade, que consiste em guardar e conservar este Tesouro tão precioso.
Manuel António Pina, O tesouro (adaptado)
http://www.eb1-lavandeira-vagos.rcts.pt/liber.htm
- Escola EB1 de Lavandeira-Vagos-Aveiro -
EU e o 25 de ABRIL
- Andreia Ribeiro, - aluna nº 4, do 9º Ano B - 2003/04 -
Como só nasci em 1989, o pouco que sei do 25 de Abril foi o meu pai que me contou.
O meu pai viveu o 25 de Abril e afirma que foi um momento único, um momento de liberdade e de festa para todos.
Pelas suas opiniões devia ter sido espectacular e só foi pena eu não ter sido testemunha desse dia.
Para dizer a verdade eu gostava de ter vivido esse dia... mas só esse.Porque, segundo testemunhos credíveis, os dias , meses e anos anteriores, isso não, obrigado !
Pelos vistos esses tempos anteriores ao 25 de Abril terão sido horríveis e dignos de serem esquecidos e nunca mais desejados. Só o facto de um país inteiro ter vivido como se estivesse numa prisão, deixa uma pessoa com a raiva à flor da pele. Não se podia falar nem sequer emitir opiniões contra o governo... seria injusto e, segundo o meu pai, era uma situação desesperante e até certo ponto de cariz mórbido e desumano.
Por assim dizer ... dava a ideia que os portugueses viviam presos entre duas ou mais fronteiras, controlados a cada segundo, a cada minuto e a cada hora. Nem na nossa família, segundo parece, se podia confiar.
Porque se dizia que a própria P I D E estendia os seus tentáculos para dentro de cada lar. Além de desumano era injusto, indecoroso, e daí à desonra era um pequeno passo, na via da destruição. Que tristeza ! Eu não sei se conseguiria aguentar a ideia de desconfiar que tinha um traidor na própria família ou dentro de casa. As duas coisas que eu mais prezo na vida.
Se isso acontecesse acho que seria para a minha pessoa o próprio fim.
Ainda quanto ao 25 de Abril tenho a dizer que eu gostaria de ser um daqueles soldados que libertaram o país e o povo. Acredito que todos os soldados que estiveram naquele dia na linha da frente - isto é - que deram ou arriscaram a vida pela conquista da liberdade hoje devem sentir-se orgulhosos do seu dever cumprido. Eu, no lugar deles, sentir-me-ia herói ! Mas, na impossibilidade de me sentir na pele de um soldado, ao menos gostaria de ter estado lá bem no meio do fogo da acção - no Largo do Carmo - onde o velho império salazarista caiu e onde nasceu um País Novo.
Teria sido de igual modo uma alegria inesquecível !
"A Malta do Colégio Bartolomeu Dias"
http://www.portalcen.org/revistas/malta/002.htm