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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

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25
Abr05

Dia da Liberdade

Praia da Claridade

Dois testemunhos, de gente nova...

Dia da Liberdade

Os Cravos da Liberdade

Há muitos anos atrás, havia um país muito bonito, mas, onde as pessoas viviam tristes e cheias de medo. Elas, quando se encontravam na rua ou nos cafés, falavam baixinho...parecia haver um segredo terrível que as assustava e que não podiam revelar.
Os visitantes de outros países, apercebiam-se que aquele povo era infeliz, porque lhe haviam roubado um Tesouro – a Liberdade. Para elas, viver sem Liberdade, era como sufocar...
Os amigos estrangeiros, achavam que como nos seus países, estas pessoas tinham direito à Liberdade, assim como ao ar que respiravam. Deveriam poder fazer o que quisessem, desde que não fizessem mal a ninguém.
No país das pessoas tristes, havia polícias em todo o lado que, as controlavam e proibiam de contar o seu segredo, de dizer o que pensavam e sentiam. Se fossem descobertas, poderiam ser presas, torturadas ou até mortas. Esses polícias até abriam as cartas das pessoas e ouviam as suas conversas, para saberem os seus pensamentos e as suas opiniões.
Os meninos deste país, também não podiam ler o que quisessem, ou ouvir algumas músicas e, nem sequer podiam beber Coca-Cola, porque era proibido (não se sabia porquê).
Os rapazes e as raparigas, tinham que andar em escolas separadas por muros e por grades. As raparigas não podiam vestir calças, nem andar sem meias ou usar mini-saia porque também era proibido.
Quando cresciam, os rapazes eram mandados para guerras em países distantes e obrigados a matar pessoas que nunca lhes haviam feito mal. Muitos morreram e outros regressaram loucos e deficientes.
No País das Pessoas Tristes, também não se podia votar noutros governantes e, assim, escolher outras pessoas que acabassem com todas as coisas más e lhes devolvessem a Liberdade.
Os visitantes estrangeiros, depois de saberem este segredo terrível, ficaram igualmente amedrontados e com receio de serem vigiados e presos. Só então compreenderam, a importância da Liberdade que havia nos seus países.
Um dia, as pessoas deste País triste e assustado resolveram reconquistar o Tesouro que lhes tinham tirado.
Foram os soldados que pegaram nas suas espingardas e canhões, para arrancar o Tesouro aos ladrões.
Toda a gente saiu para as ruas cantando e gritando: - Viva a Liberdade! Colocaram-se cravos vermelhos e brancos nas varandas e nas espingardas dos soldados. Os presos foram libertados, os soldados regressaram das guerras e as pessoas que tinham fugido do País, voltaram muito felizes.
Esta Revolução, aconteceu no dia 25 de Abril do ano de 1974, no nosso País – Portugal – e este dia ficou conhecido para a História, como O Dia da Liberdade.
Todos os anos, comemoramos o 25 de Abril, para nos lembrarmos da importância da Liberdade na vida das pessoas e, da nossa responsabilidade, que consiste em
guardar e conservar este Tesouro tão precioso.

Manuel António Pina, “O tesouro” (adaptado)
http://www.eb1-lavandeira-vagos.rcts.pt/liber.htm
- Escola EB1 de Lavandeira-Vagos-Aveiro -



EU  e  o  25  de  ABRIL
- Andreia Ribeiro, - aluna nº 4, do 9º Ano B - 2003/04 -

Como só nasci em 1989, o pouco que sei do 25 de Abril foi o meu pai que me contou. 
O meu pai viveu o 25 de Abril e afirma que foi um momento único, um momento de liberdade e de festa para todos. 
Pelas suas opiniões devia ter sido espectacular e só foi pena eu não ter sido testemunha desse dia. 
Para dizer a verdade eu gostava de ter vivido esse dia... mas só esse.Porque, segundo testemunhos credíveis, os dias , meses e anos anteriores, isso não, obrigado ! 
Pelos vistos esses tempos anteriores ao 25 de Abril terão sido horríveis e dignos de serem esquecidos e nunca mais desejados. Só o facto de um país inteiro ter vivido como se estivesse numa prisão, deixa uma pessoa com a raiva à flor da pele. Não se podia falar nem sequer emitir opiniões contra o governo... seria injusto e, segundo o meu pai, era uma situação desesperante e até certo ponto de cariz mórbido e desumano. 
Por assim dizer ... dava a ideia que os portugueses viviam presos entre duas ou mais fronteiras, controlados a cada segundo, a cada minuto e a cada hora. Nem na nossa família, segundo parece, se podia confiar. 
Porque se dizia que a própria P I D E estendia os seus tentáculos para dentro de cada lar. Além de desumano era injusto, indecoroso, e daí à desonra era um pequeno passo, na via da destruição. Que tristeza ! Eu não sei se conseguiria aguentar a ideia de desconfiar que tinha um traidor na própria família ou dentro de casa. As duas coisas que eu mais prezo na vida. 
Se isso acontecesse acho que seria para a minha pessoa o próprio fim. 
Ainda quanto ao 25 de Abril tenho a dizer que eu gostaria de ser um daqueles soldados que libertaram o país e o povo. Acredito que todos os soldados que estiveram naquele dia na linha da frente - isto é - que deram ou arriscaram a vida pela conquista da liberdade hoje devem sentir-se orgulhosos do seu dever cumprido. Eu, no lugar deles, sentir-me-ia herói ! Mas, na impossibilidade de me sentir na pele de um soldado, ao menos gostaria de ter estado lá bem no meio do fogo da acção - no Largo do Carmo - onde o velho império salazarista caiu e onde nasceu um País Novo. 
Teria sido de igual modo uma alegria inesquecível !


"A Malta do Colégio Bartolomeu Dias"
http://www.portalcen.org/revistas/malta/002.htm

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