As formigas, o grupo mais popular dentre os insectos, são interessantes porque formam níveis avançados de sociedade, ou seja, a eu-socialidade. Todas as formigas, algumas vespas e abelhas, são considerados como insectos eu-sociais, fazendo parte da ordem Hymenoptera. As formigas estão incluídas em uma única família (Formicidae), sendo que existiam 12.351 espécies descritas (Formicidae) em meados de Março de 2008, distribuídas por todas as regiões do planeta, excepto nas regiões polares. De acordo com Ted R. Schultz, em "In search of ant ancestors", as formigas são indiscutivelmente o género animal de maior sucesso na história da terrestre constituindo 15 à 20% de toda a biomassa terrestre.
Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra deu-se durante o período Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos) e pensa-se que elas evoluíram a partir de vespas que tinham aparecido durante o período Jurássico.
Por vezes, confundem-se as térmitas (cupins) com as formigas, mas pertencem a grupos distintos.
As formigas distinguem-se dos outros insectos – mas algumas destas características são comuns a alguns tipos de vespas - por apresentarem: - Uma casta de obreiras sem asas;
- As fêmeas são prognatas (peças bucais no acron);
- Presença de um "saco infrabucal" entre o lábio e a hipofaringe;
- Antenas articuladas, com o artículo distal alongado (exceto nas subfamílias Armaninae e Sphecomyrminae);
- Glândula metapleural nas fêmeas, abrindo na base das patas posteriores;
- Segundo segmento abdominal formando um “pecíolo” (pouco diferenciado nas Armaniinae);
- As asas anteriores não apresentam nervuras ramificadas;
- A rainha perde as asas depois da cópula, que é realizada em voos de milhares de indivíduos.
O estudo das formigas denomina-se mirmecologia.
Organização social das formigas
Embora nem todas as espécies de formigas construam formigueiros, muitas fazem autênticas obras de engenharia, normalmente subterrâneas, com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais – para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o “berçário”, onde são tratadas as larvas, etc.
As sociedades das formigas são organizadas por divisão de tarefas e a cada tipo de tarefa corresponde um tipo de indivíduos diferente, muitas vezes chamados castas.
A função da reprodução é realizada pela rainha e pelos machos. A rainha vive dentro do formigueiro, é maior que as restantes formigas, perde as asas depois de fecundada e durante toda a sua vida põe ovos. Os machos aparecem apenas quando é necessário fecundar uma nova rainha, o que acontece durante um voo em que participam milhares de fêmeas e machos alados; depois da fecundação, os machos não são autorizados a entrar no formigueiro e geralmente morrem rapidamente.
As restantes funções – procura de alimentos, construção e manutenção do formigueiro e sua defesa – são realizadas por fêmeas estéreis, as obreiras. Em certas espécies, as obreiras que realizam as diferentes funções estão também divididas em castas. Normalmente, as que se ocupam da defesa – ou para o ataque, uma vez que algumas espécies são predadoras de animais que podem ser maiores que elas - têm as peças bucais extremamente grandes e fortes.
Existem também outras 2 funções: a de operário e a de soldado. As operárias tomam conta dos bebés-formigas, fazem a limpeza da casa e vão atrás de comida. Já as formigas soldados guardam a entrada do formigueiro sem descanso.
Desenvolvimento
As pequenas formigas desenvolvem-se por metamorfoses completas, passando por um estado larvar equivalente à lagarta dos outros insectos e pelo estado de pupa. A larva não tem pernas e é alimentada pelas obreiras por um processo chamado trofalaxia, no qual a obreira regurgita alimentos por ela ingeridos e digeridos. Os adultos também distribuem alimento entre si por este processo. As larvas e pupas precisam de temperatura constante para se desenvolverem e, por isso, são transferidas para câmaras diferentes, de acordo com o seu estágio de desenvolvimento.
A diferenciação em castas é determinada pelo tipo de alimento que recebem nos diferentes estados larvares e as mudanças morfológicas que caracterizam cada casta aparecem abruptamente.
Comportamento das formigas
Comunicação
As formigas se comunicam por uma química chamada feromonas, esses sinais de mensagens são mais desenvolvidos na espécie das formigas que em outros grupos de himenópteros. Como as formigas passam a vida em contacto com o solo, elas deixam uma trilha de feromónio que pode ser seguida por outras formigas. Quando uma obreira encontra comida ela deixa um rastro no caminho de volta para a colónia, e esse é seguido por outras formigas que reforçam o rastro quando elas voltam à colónia. Quando a comida acaba, as trilhas não são remarcados pelas formigas que voltam e o cheiro se dissipa. Esse comportamento ajuda as formigas a se adaptarem à mudanças em seu meio. Quando um caminho estabelecido para uma fonte de comida é bloqueado por um novo obstáculo, as obreiras o deixam para explorar novas rotas. Se bem sucedida, a formiga retorna e marca um novo rastro para a rota mais curta. Trilhas bem sucedidas, são seguidas por mais formigas, e cada uma o reforça com mais feromónio (as formigas seguirão a rota mais fortemente marcada). A casa é sempre localizada por pontos de referência deixados na área e pela posição do sol; os olhos compostos das formigas têm células especializadas que detectam luz polarizada, usados para determinar direcção. As formigas usam feromónio para outros propósitos também. Uma formiga esmagada emitirá um alarme de feromónio, o qual em alta concentração leva as formigas mais próximas a um furor de ataque; e em baixa concentração, as atrai. Para confundir inimigos, várias espécies de formigas também usam feromónios, que os fazem lutar entre eles mesmos.
Como outros insectos, as formigas sentem o cheiro com longas e finas antenas. As antenas têm como cotovelos ligados ao primeiro segmento alongado; e visto que vêm em pares-como visão binocular ou equipamento de som estereofónico elas obtêm informações sobre direcção e intensidade. Quando duas formigas se encontram, tocam as antenas e as feromonas que estiverem presentes fornecem informação sobre o estado de alimentação de cada uma, o que pode levar à trofalaxia, ou seja, uma delas regurgita a comida para a outra. A rainha produz uma feromona especial que indica às obreiras quando devem começar a criar novas rainhas.
As formigas atacam e defendem-se mordendo ou picando, por vezes injectando compostos químicos no animal atacado, em especial, o ácido fórmico.
Tipos de formigas
Há uma grande diversidade de formigas e dos seus comportamentos:
- As formigas-correição, da América do Sul e de África, não constroem formigueiros permanentes e alternam entre uma vida nómada e a organização de abrigos temporários formados pelos corpos das obreiras. As sociedades reproduzem-se, quer por voos nupciais, quer por divisão do grupo, em que um grupo de obreiras se separa e cava um ninho para criar novas rainhas. Os membros de cada grupo distinguem-se pelo olfacto e normalmente atacam outros intrusos.
- Algumas formigas atacam outros formigueiros, roubam as pupas e criam-nas como obreiras – como escravos! Algumas espécies, como a formiga da Amazónia (por exemplo, Polyergus rufescens), tornaram-se totalmente dependentes destes escravos, ao ponto de, sem eles, serem incapazes de se alimentar.
- As “formigas-pote-de-mel” criam obreiras especiais, cuja única função é armazenar comida nos seus próprios corpos para o resto do grupo, ficando geralmente imóveis, com grandes abdomens cheios de comida. Em locais secos, mesmo desertos, em África, América do Norte e Austrália, estas formigas são consideradas um “petisco” delicioso.
- As “formigas-tecelãs" (Oecophylla) constroem ninhos em árvores cosendo folhas, que juntam formando pontes de obreiras e depois cosendo-as com seda que obtêm de larvas criadas para esse efeito.
- As “formigas-cortadoras” dos géneros Atta e Acromyrmex pertencem à tribo Attini, e vivem exclusivamente nas Américas, do norte da Argentina até o sul dos Estados Unidos. Ao contrário do que se pensa, as formigas não se alimentam ingerindo as folhas que cortam (mas podem ingerir exsudatos açucarados destas folhas). Alimentam-se do fungo que elas cultivam dentro do formigueiro. Elas possuem várias castas, com funções específicas na manutenção da colónia (operárias, soldados, operárias do jardim). Umas cortam e/ou carregam folhas, flores e ramos, outras cuidam da limpeza e da defesa da colónia, e outras ainda do cultivo do fungo e do cuidado com os filhotes, chamados larvas. As formigas da casta das "jardineiras", cortam as folhas e, ao fazê-lo, aproveitam para se alimentarem da seiva exudada. Estas folhas são carregadas para o interior do formigueiro, onde formigas de outra casta se encarregarão de triturá-las para o cultivo de um fungo de cor branca, base da sua alimentação. O fungo supre as necessidades alimentares de todas as formigas que vivem exclusivamente dentro do formigueiro, como as larvas, e da rainha. Esta, por sua vez, se encarrega de colocar os ovos durante toda a vida e, através de seus descendentes, perpetua a colónia. São conhecidas 14 espécies de formigas cortadeiras do género Atta e mais de 25 espécies do género Acromyrmex.
Relações das formigas com outros organismos
Algumas espécies de afídeos segregam um líquido doce que normalmente é desperdiçado, mas as formigas recolhem-no e, ao mesmo tempo, protegem os afídeos de predadores e chegam a transportá-los para locais com melhor comida.
Uma relação parecida existe com as lagartas mirmecófilas (“amigas das formigas”) que são criadas por algumas formigas. Estas levam-nas a “pastar” durante o dia e recolhem-nas ao formigueiro à noite. As lagartas têm uma glândula que segrega igualmente um líquido doce que as formigas “mungem”, massajando o local onde está a saída da glândula.
Ao contrário, existem lagartas mirmecófagas (que comem formigas): estas lagartas segregam uma feromona que faz as formigas pensarem que a lagarta é uma das suas larvas, levam-nas para o formigueiro, onde as lagartas se alimentam das larvas das formigas.
Humanos e formigas
As formigas são úteis porque podem ajudar a exterminar outros insectos daninhos e a aerificar o solo. Por outro lado, podem tornar-se uma praga quando invadem as casas, jardins e campos de cultivo. As “formigas-carpinteiras” destroem a madeira furando-a para fazer os seus ninhos.
Algumas espécies, chamadas “formigas-assassinas”, têm a tendência de atacar animais muito maiores que elas, quer para se alimentarem, quer para se defenderem. É raro atacarem o homem, mas podem dar picadas muito dolorosas e, se forem em grandes números, podem causar dano permanente ou matar por alergia grave.
As formigas encontram-se em muitas fábulas e histórias infantis da cultura ocidental, representando o trabalho e esforço cooperativo, assim como agressividade e espírito de vingança. Em partes de África, as formigas são consideradas mensageiras dos deuses. Algumas religiões dos índios norte-americanos, como os Hopi, consideram as formigas como os primeiros habitantes do mundo. Outras usam picadas de formigas em cerimónias de iniciação, como teste de resistência.
Tempo de Vida
Desde a etapa em que são ovos, até se tornarem adultas, as formigas demoram entre 6 a 10 semanas. Algumas trabalhadoras podem viver até 7 anos, enquanto que as rainhas conseguem viver mais de 15 anos.
Fonte: Wikipédia.
Tenha muito cuidado, porque neste momento, um batalhão de formigas pode estar a atacar o seu computador (estes "vírus" podem ver-se !...). Pode ser no teclado, no monitor ou na caixa principal do PC !!!... As formigas são bichos friorentos e o calor dos equipamentos permite que elas fiquem "todas contentes" em qualquer estação do ano, dedicando-se ao que elas mais gostam de fazer: reproduzirem-se aos biliões... E então, se tiverem perto uns rebuçados, açúcar, doces... elas saberão dar conta deles, chegando mesmo a percorrer grandes distâncias se estiverem "esfomeadas"... ou para renovar o seu armazém de mantimentos, quem sabe... no seu próprio computador !...
Nunca pensou nisso ?...