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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

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Figueira da Foz - Portugal

13
Dez06

D. Manuel I, rei de Portugal

Praia da Claridade

 
D. Manuel I, rei de Portugal

 
Iluminura do periodo manuelino,
Iluminura do periodo manuelino, "Livro 3 Místicos"

 
 
 
 

D. Manuel I, 14º Rei de Portugal, nasceu em Alcochete a 31 de Maio de 1469 e morreu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1521, faz hoje 485 anos. Era filho do infante D. Fernando de Portugal, duque de Viseu, e de Beatriz, na época chamada D. Brites, princesa de Portugal.
 
Infância e juventude
 
Manuel sucedeu ao primo direito João II de Portugal em 1495 de quem se tornara uma espécie de «filho adoptivo» (ver Paulo Pereira, «Enciclopédia dos Lugares Mágicos de Portugal», volume IX, página 70) e ascendeu ao trono em circunstâncias excepcionais. Cognominado de O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado, pelos eventos felizes que ocorreram no seu reinado, designadamente a descoberta do
caminho marítimo para a Índia 
e a do Brasil. Foi o primeiro rei a assumir o título de Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia.
 
Durante a infância e a juventude, assistiu à guerra de intriga e conspiração entre a aristocracia e D. João II, muito cioso do seu poder. Alguns homens do seu círculo próximo foram mortos ou exilados, incluindo o seu irmão mais velho Diogo, Duque de Viseu, assassinado pelo próprio rei. Portanto, quando em 1493 recebeu uma ordem real de comparência no paço, Manuel deveria estar preocupado. Mas o propósito de João II era nomeá-lo herdeiro da coroa, depois da morte do seu filho Afonso de Portugal e das tentativas frustradas de legitimar o bastardo Jorge de Lencastre.
 
Aclamação e reinado

Aclamado em 27 de Outubro de 1495, Manuel provou ser um sucessor à altura, apoiando os
descobrimentos portugueses e o desenvolvimento dos monopólios comerciais. Durante o seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia  
(1498), Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil (1500), D. Francisco de Almeida tornou-se no primeiro vice-rei da Índia (1505) e o almirante D. Afonso de Albuquerque assegurou o controlo das rotas comerciais do Oceano Índico e Golfo Pérsico e conquistou para Portugal lugares importantes como Malaca, Goa e Ormuz. Também no seu reinado se organizam viagens para Ocidente, tendo-se chegado à Gronelândia e à Terra Nova. O seu reinado decorreu num «contexto expansionista, já preparado pelo seu antecessor - e marcado pela descoberta do caminho marítimo para a Índia e pelas consequências políticas e económicas que advieram deste facto» (obra acima citada, mesma página).
 
A extensão do seu reinado, diz o mesmo autor acima citado, «permite surpreender nele uma personagem determinada, teimosa, voluntariosa, autocrática, detentora de um programa político de potenciação do seu poder dotado de uma assombrosa coerência, posto em prática até ao seu mais ínfimo detalhe. D. Manuel opta por uma política de expansão indiana e põe em prática os seus princípios, criando a oportunidade para a realização da viagem de Vasco da Gama em 1497, contra, ao que parece, a oposição de parte do seu conselho. Escolhe, ainda, a via da inversão pró-aristocrática, ou seja, de restauração de privilégios e direitos antes postos em causa e isto certamente por opção politica de Estado. O rei edifica, igualmente, um Estado que prenuncia em boa medida o absolutismo régio e o governo iluminado, por contraponto, aliás, ao problemático e agitado centralismo do seu antecessor D. João II».
 
Tudo isto contribuiu para a constituição do Império português fazendo de Portugal um dos países mais ricos e poderosos. Manuel utilizou a riqueza obtida pelo comércio para construir edifícios reais, no que se chamaria muito posteriormente estilo manuelino, dos que são exemplo o
Mosteiro dos Jerónimos  e a Torre de Belém. Atraiu cientistas para a corte de Lisboa e estabeleceram-se tratados comerciais e relações diplomáticas com a China e a Pérsia, além de que, em Marrocos, realizaram-se conquistas como Safim, Azamor e Agadir.
 
A sua completa consagração europeia deu-se com a aparatosa embaixada em 1513 chefiada por
Tristão da Cunha, enviando ao Papa Leão X presentes magníficos como pedrarias, tecidos e jóias e também um cavalo persa e um elefante que executava várias habilidades. Uma das inúmeras novidades que encantaram os espíritos curiosos das cortes europeias da época terá sido sem dúvida o Rinoceronte trazido das Índias, que assumiu, então, um papel preponderante na arte italiana.
 
Na vida política interna, Manuel seguiu as pisadas de João II e tornou-se quase num rei absoluto. As cortes foram reunidas apenas três vezes durante o seu reinado de mais de vinte e cinco anos e sempre no paço de Lisboa. Manuel dedicou-se à reforma dos tribunais e do sistema tributário, adaptando-o ao progresso económico que Portugal então vivia.
 
Manuel era um homem bastante religioso que investiu uma boa parte da fortuna do país na construção de igrejas e mosteiros, bem como no patrocínio da evangelização das novas colónias através dos missionários católicos. O seu reinado ficará também lembrado pela perseguição feita a judeus e muçulmanos em Portugal, particularmente nos anos de 1496 a 1498. Esta política extremista foi talvez tomada por forma a agradar aos reis católicos e uma das cláusulas do seu contrato de casamento com a herdeira de Espanha,
Isabel de Aragão. O Massacre de Lisboa de 1506 foi uma das consequências da falência da política pérfida de D. Manuel: primeiro as conversões forçadas como uma tentativa de manter os judeus, como cristãos - e ao mesmo tempo ele não hesitou em confiar ao seu embaixador em Roma a missão secreta de pedir ao Papa, em 1515, a permissão de estabelecer a Inquisição em Portugal.
 
Na cultura, Manuel I procedeu à reforma dos Estudos Gerais, criando novos planos educativos e bolsas de estudo. Na sua corte surge também Gil Vicente, o pai do teatro português e Duarte Pacheco Pereira o geógrafo, autor do Esmeraldo de Situ Orbis.
 
Analisando-se posteriormente a sua obra, verifica-se que avulta a tentativa de reforma do reino, «através da criação de instrumentos unificadores de carácter estatal, como sejam a publicação dos Forais Novos, reformando os antigos, a Leitura Nova (1504-1522), a compilação e revisão da legislação, consagrada pelas Ordenações Manuelinas, a reorganização da Fazenda Pública e a estruturação administrativa daí decorrente. Com ele organiza-se o Estado moderno» (ver Paulo Pereira, «Enciclopédia dos Lugares Mágicos de Portugal», volume IX, página 72).
 
D. Manuel I morreu em 1521 e encontra-se sepultado no
Mosteiro dos Jerónimos.
 
 
Descendência
  • Da primeira mulher, Isabel de Aragão, infanta de Espanha (1470–1498). Morreu em 1498, durante um difícil trabalho de parto, pondo fim ao velho sonho de João II de unir as coroas ibéricas em mãos portuguesas.
    • Miguel da Paz (1498-1500), presumível herdeiro das Coroas de Portugal, Castela e Aragão
  • Da segunda mulher, sua cunhada Maria de Aragão, infanta de Espanha (1482-1517), com quem casou em 30 de Outubro de 1500 - mas já não era a princesa herdeira, que se tornara Joana, a Louca casada com o herdeiro dos Habsburgos.
    • João III, rei de Portugal (1502-1557)
    • Isabel de Portugal (1503-1539), casada com Carlos V, Imperador da Alemanha
    • Beatriz de Portugal (1504-1538), casada com Carlos III, Duque de Sabóia
    • Luís, Duque de Beja (1506-1555)
    • Fernando, Duque da Guarda (1507-1534), casado com Guiomar Coutinho, Condessa de Marialva
    • Afonso de Portugal, Cardeal (1509-1540)
    • Maria de Portugal (1511-1513)
    • Cardeal Henrique, rei de Portugal (1512-1580)
    • Duarte, Duque de Guimarães (1515-1540), casado com Isabel de Bragança, bisavô de João IV de Portugal
    • António de Portugal (1516)
  • Da terceira mulher, Leonor da Áustria (1498-1558), infanta de Espanha, irmã do imperador Carlos V:
    • Carlos de Portugal (1520-1521)
    • Maria de Portugal (1521-1577) famosa posteriormente como a mais culta das Infantas.
Fonte: Wikipédia. 
 

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