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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

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06
Nov06

D. João IV de Portugal

Praia da Claridade

 
D. João IV de Portugal
 
 
 

D. João IV de Portugal e II de Bragança (Vila Viçosa, 19 de Março 1604 - 6 de Novembro 1656, faleceu faz hoje 350 anos) foi o vigésimo primeiro Rei de Portugal, e o primeiro da quarta dinastia. João era filho de Teodósio II, 7.º Duque de Bragança e herdou o ducado 1630 como D. João II. Por via paterna era trineto do rei Manuel I de Portugal, através da duquesa D. Catarina. Ficou para a história como O Restaurador  (por haver sido restaurada a independência nacional) ou O Afortunado  (por aparentemente, uma vez caída a coroa da sua cabeça, não ter querido reinar, e só se ter decidido após a intervenção da esposa). Um dos acontecimentos mais nobres da sua vida foi a declaração de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal.
 
Reuniões Secretas
 
Depois da conversa definitiva com o Duque de Bragança, os conspiradores reuniram-se várias vezes em Lisboa para combinarem como e quando haviam de fazer a revolução. Essas reuniões tinham de ser feitas às escondidas para que não chegasse aos ouvidos da duquesa de Mântua (prima de Filipe IV de Espanha) e de Miguel de Vasconcelos (Secretário de Estado da duquesa de Mântua). Se a notícia se espalhasse, seriam acusados de traição e condenados à morte. Mas, mesmo que não conseguissem provas para os incriminar, qualquer rumor acerca do que se preparava teria efeitos desastrosos porque os soldados ficariam em estado de alerta e ia por água abaixo o efeito surpresa. Todo o cuidado era pouco. As reuniões realizavam-se em 3 sítios: no palácio Jorge de Melo, em Xabregas, no palácio que o duque de Bragança tinha em Lisboa, perto do Bairro Alto, e no Palácio de D. António Vaz de Almada, no Rossio. Para não levantar muitas suspeitas os conspiradores nunca iam juntos e cada um seguia no seu coche com as cortinas corridas. A conspiração ia-se assim realizando...
 
Restauração da Independência
 
Em 1640, quando a classe média e aristocracia, descontentes com o domínio espanhol e com o reinado de Filipe IV de Espanha (III de Portugal), quiseram restaurar a independência, foi ele o escolhido para encabeçar a causa. João aceitou a responsabilidade com relutância, diz a lenda que incentivado sobretudo pela sua mulher Luísa de Gusmão (veio a ser a primeira rainha de Portugal da quarta dinastia). A 1 de Dezembro deu-se o golpe e, em 15 de Dezembro, João IV é coroado rei de Portugal na restauração do trono contra o domínio espanhol.
 
Aclamação de D. João IV como Rei de Portugal
 
Naquele tempo as notícias viajavam por mensageiros e portanto demoravam o seu tempo a chegar ao destino. O duque de Bragança aguardava no Palácio de Vila Viçosa  o resultado da conspiração e, segundo os documentos da época, só soube a boa-nova no dia 3. Muitos mensageiros espalharam-se por todo o país, levando consigo cartas para as autoridades de cada terra se encarregarem de aclamar o novo rei. Por todo o lado as populações explodiam de felicidade. D. João IV veio então para Lisboa, onde chegou na noite de 6 de Dezembro. Nos dias seguintes houve festejos. Enquanto se preparava a cerimonia da coroação, o rei ocupava-se a nomear embaixadores, que deveriam partir a fim de que os países estrangeiros reconhecessem a independência de Portugal, e generais, que deviam encarregar-se da defesa das fronteiras e dos portos. Isto porque ninguém tinha dúvidas que Filipe IV não ia cruzar os braços! Decerto trataria de preparar exércitos para invadir Portugal. A notícia chegou a Madrid no dia 7 de Dezembro, levada por um estafeta ao serviço do governador de Badajoz. Como era de prever, os espanhóis ficaram em fúria e acusaram de traição não só o duque de Bragança mas todos os que tinham participado. As tropas não vieram logo porque estavam demasiado ocupadas com a revolta da Catalunha, o que deu tempo aos portugueses para se organizarem.
 
O irmão do rei
 
D. João IV tinha um irmão mais novo, chamado Duarte, que partira para a Alemanha quatro anos antes da Restauração. Era um militar corajoso e competente que decidira participar na Guerra dos Trinta Anos (uma série de conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha, nos quais rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos foram gradualmente transformados em uma luta europeia). Em 1638 visitou Portugal e, como o duque de Bragança nessa altura estava renitente em aceitar a coroa e encabeçar uma rebelião, os conspiradores pensaram escolher D. Duarte para esse efeito (atenção não é o 2º rei da 2ª dinastia). O projecto não se concretizou e assim aquele que poderia ter sido rei de Portugal acabou preso na Alemanha, porque o imperador era aliado de Filipe IV. Logo que soube da revolução, encarcerou-o. D. João IV ordenou aos embaixadores que usassem todos os meios possíveis para libertarem o irmão. Chegou a pedir ajuda ao Papa, sem qualquer êxito. D. Duarte, que não tinha culpa nenhuma, que não interviera na conjura, foi afinal quem sofreu as consequências da Restauração. Morreu após oito anos de cativeiro. A corte cobriu-se de luto rigoroso, e embora na época aquela figura tenha suscitado muita simpatia entre os portugueses, a história foi esquecida.
 
A Guerra da Restauração
 
Após a Restauração, seguiu-se uma guerra com Espanha na Península Ibérica e nas colónias, onde Portugal foi assistido pela Inglaterra, França e Suécia (adversários dos espanhóis na Guerra dos Trinta Anos). Pese embora a conjura de 1641 contra o novo rei, da qual resultou uma severa punição para os seus responsáveis, D. João IV teve o apoio da grande maioria da sociedade portuguesa, o que lhe permitiu criar novos impostos, desvalorizar a moeda e recrutar voluntários para fazer face às necessidades monetárias e humanas de um confronto militar que se adivinhava próximo com a vizinha Espanha.
 
D. João IV enviou também diplomatas às principais cortes europeias com o objectivo de conseguir o reconhecimento da independência e de obter apoios financeiros e militares. Sendo necessário justificar que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono, que havia sido usurpado por Filipe II de Espanha. D. João IV assume-se como o herdeiro de Catarina de Bragança, candidata ao trono e afastada por Filipe II em 1580.
 
Das Cortes de 1641, saiu uma nova doutrina que defendia que o poder provinha de Deus através do povo, que, por sua vez, o transferia para o rei. Em caso de usurpação ou tirania, o povo tinha o poder de destituir o rei, precisamente o que aconteceu com Filipe IV.
 
Em 1641 verificaram-se também os primeiros confrontos, saldando-se por uma vitória do exército português na Batalha do Montijo e uma tentativa fracassada dos espanhóis no Cerco de Elvas. A Espanha estava fortemente mergulhada na Guerra dos Trinta Anos, pelo que foi preciso esperar pelo fim da guerra entre franceses e espanhóis, que só se verificou em 1659, para que os espanhóis pudessem concentrar todas as suas atenções na anulação da Restauração Portuguesa.
  
Cerco de Elvas (1644)
 
Um exército espanhol, sob o comando do marquês de Torrecusa, atravessou o Rio Guadiana, com 12000 homens de infantaria, 2600 de cavalaria, 20 peças de artilharia e 2 morteiros, marchando no sentido de Campo Maior. Mandou fazer um reconhecimento à Praça de Olivença, mas desistiu de a atacar, por considerá-la de pouco interesse. O exército espanhol chegou a Elvas estabelecendo o cerco. O marquês de Alegrete reforça a guarnição e consegue vencer os ataques dos espanhóis que acabaram por retirar oito dias depois.
 
D. João IV jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
 
Descendência
 
Pela sua mulher, Luísa de Gusmão:
  • Teodósio, Duque de Bragança (1634-1653)
  • Ana de Bragança (1635)
  • Joana de Bragança (1636-1653)
  • Catarina de Bragança (1638-1705), casou com o rei Carlos II de Inglaterra
  • Manuel de Bragança (1640)
  • Afonso VI, Rei de Portugal (1643-1675)
  • Pedro II, Rei de Portugal (1646-1709)
De outra senhora, incógnita, teve D. João outra filha:
  • Maria de Bragança (1644-1693)
Fonte: Wikipédia. 
 
 

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