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PRAIA DA CLARIDADE

Figueira da Foz - Portugal

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25
Out06

A Acupunctura

Praia da Claridade

 
Aplicação de agulhas de acupuntura
 
 
 

Acupuntura ou Acupunctura é um método de tratamento chamado complementar de acordo com a nova terminologia da OMS - Organização Mundial da Saúde.
 
Atribui-se o nome Acupunctura a um jesuíta europeu que, retornando da China no século XVII, adaptou os termos chineses Zhen Jiu, juntando as palavras latinas Acum (que significa agulha) e Punctum (picada ou punção).
 
A tradução literal do termo chinês, no entanto, é bem diferente. O correcto seria Zhen (agulha) e Jiu (moxa).
 
A moxa ou mogusa (termo de origem japonesa) é confeccionada com as folhas secas da planta Artemisia sinensis, usada na moxibustão. Assim como a acção da agulha pode interferir na energia do meridiano, a queima da moxa sobre a pele pode conduzir a resultados perceptíveis sobre a energia nos meridianos.
 
É, na verdade, uma tradução imprópria que causa a impressão de que o terapeuta só trabalha com agulhas. Os pontos e meridianos também podem ser estimulados por outros tipos de energias.
 
Pesquisadores discutem sobre elementos que poderiam alterar a energia nos meridianos, assim como debatem até a onde pode chegar a acção destes mesmos estímulos.
 
Actualmente no Brasil há uma ampla discussão de carácter político sobre se esta prática deve ser praticada apenas por médicos, se pode ser praticada também por outros profissionais habilitados de nível superior, como dentistas e psicólogos, ou se pode ser também praticada por profissionais especializados nesta arte, mas sem formação académica.
 
Funcionamento da Acupunctura
 
Para a visão geral ocidental, os mecanismos utilizados pela prática acupuncturista ainda não estão satisfatoriamente explicados.
 
Na tentativa de satisfazer alguns conceitos académicos, a acupunctura, na linguagem ocidental, é um método de estimulação neurológica, com efeitos sobre neurotransmissores, neuromoduladores e reacção do sistema imunitário (pró e anti-inflamatória).
 
Historicamente, a primeira propriedade da acupunctura que foi capaz de chamar a atenção académica, foi justamente no domínio da dor. Esquemas foram levantados para associar libertações de endorfinas causadas por estímulos de agulhas sobre nervos específicos.
 
Durante algum tempo, muitos pesquisadores duvidam da aplicação da acupunctura fora do tratamento da dor e nas funções do sistema nervoso autónomo. Os mecanismos da terapêutica da acupunctura, ainda não estão claramente associados aos mecanismos fisiológicos sob os domínios da ciência actual.
 
Ainda hoje, apesar do espaço que ganha nos hospitais e clínicas médicas, alguns estudiosos aceitam a "contra-gosto" a actuação terapêutica da acupunctura no tratamento da dor e nas disfunções do sistema nervoso autónomo.
 
Entretanto, não é possível ignorar os testes realizados com metodologias largamente aceites no meio académico, assim como não é possível ignorar uma cirurgia realizada sob a anestesia produzida pela simples punção de agulhas.
 
Visão tradicional chinesa
 
Bem diferente é a explicação que podemos colher no berço da acupunctura, a milenária China.
 
A visão tradicional da medicina chinesa está profundamente ligada a teorias baseadas no Taoísmo, sobre energias conhecidas pela dualidade Yin/Yang, sobre meridianos e outros conceitos bastante "exóticos" para a ciência médica ocidental. Contudo, contribuições da Antropologia, mais especificamente da Antropologia Médica, vem facilitando a interpretação destes à luz da interpretação lógica das explicações mítico-religiosas compreendidas como sistemas etno-médicos capazes de dar respostas aos pedidos por cuidados de saúde de uma determinada população.
 
O Yin e o Yang são aspectos opostos de uma mesma energia. No corpo do homem existe um equilíbrio energético que pode ser alterado por diversos tipos de influências, como alimentar, comportamental e muitas outras.
 
A energia deve percorrer os meridianos e a sua falta ou o seu excesso podem ser reequilibrados através da manipulação de pontos determinados dos meridianos.
 
Existem muitas formas de diagnóstico na medicina tradicional chinesa. Algumas delas são a pulsação, a observação e aspectos da língua, a cor e aspectos da pele, <...> Um médico chinês costuma dizer que não se deve olhar apenas o paciente, mas escutá-lo, tocá-lo, cheirá-lo, provar a sua urina e conhecer as suas fezes.
 
Exageros à parte, uma consulta baseada no modelo tradicional chinês pode levar de vários minutos a algumas horas. O terapeuta questiona vários aspectos da vida (incluindo sobre a infância e expressão das emoções), da alimentação e costumes.
 
A natureza das explicações tradicionais da medicina chinesa não tornam essa prática essencialmente distinta de outros sistemas etno-médicos, excepto porém pela sua notável semelhança com a medicina hipocrática - a quem se atribui a origem da moderna medicina cosmopolita. O estudo da sua história revela o seu rompimento com algumas tradições "mágicas" e incorporação do conhecimento empírico proveniente de cuidadosas observações, consolidado no que vem sendo chamado do paradigma do Yin - Yang e dos 5 elementos descrito nos livros clássicos para os orientais ou documentos etnológicos brutos para a antropologia estrutural. Entre os livros clássicos o mais conhecido é, sem dúvida o "Livro do Imperador Amarelo" cujo exemplar mais antigo foi encontrado num túmulo da dinastia Han (Fu Weikang).
 
No pensamento taoista chinês, os elementos da Natureza podem ser classificados em cinco tipos: metal, madeira, terra, água, fogo . Esses Cinco Elementos não são somente os materiais aos quais os nomes se referem, mas metáforas e símbolos para descrever como as coisas interagem e se relacionam umas com as outras.
 
História da Acupunctura
 
Atribui-se à China, a criação da acupunctura. Outros países do oriente, também têm nos seus recursos terapêuticos a acupunctura, como Japão, Coreia e Vietname.
 
Os primeiros registos sobre a prática da acupunctura datam de mais de 6 mil anos na China. Contudo, a primeira descrição histórica da acupunctura como terapêutica é feita por Ssu Ma Ch'ien no "Shih Chi", 90 a.C.
 
O paradigma da Medicina Chinesa interpretava o funcionamento do organismo humano pela sua comparação com fenómenos naturais, como o fogo, vento, humidade, etc. Na visão daqueles médicos antigos, a intervenção com agulhas permitiria alterar o comportamento de elementos externos, (já que as patologias também eram interpretadas como invasão do corpo por elementos como o frio, vento ou humidade) e dos fluidos e energia (Qi) do organismo.
 
Em 1255, com a "Viagem à Terra dos Mongóis", William de Rubruk já fazia referências à Acupunctura.
 
Monges Jesuítas, a partir do século XVI, cunharam o termo, em língua portuguesa, que significa "Punção com agulhas", perpetuando o erro de tradução.
 
Mas foi a partir de 1971, com o relato do efeito da acupunctura no tratamento das dores pós-operatórias do jornalista James Reston e após 1972, com a visita do presidente norte-americano Richard Nixon à China, que a Acupunctura passou a ser estudada pelo método científico, no Ocidente.

 
Acupunctura aplicada com o auxílio da electricidade
Acupunctura aplicada com o auxílio da electricidade
Fonte: Wikipédia. 
 
 

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